Ibovespa recua com tensão tarifária entre Brasil e EUA, mas mineradoras disparam com estímulos na China

Shutterstock/Alf Ribeiro

O Ibovespa fechou a terça-feira (22) em leve queda de 0,10%, aos 134.036 pontos, em um pregão marcado pela cautela diante da escalada da guerra comercial com os EUA. Em contraste, ações de mineradoras sustentaram o índice, impulsionadas pela valorização do minério de ferro após novos estímulos chineses.

O clima geopolítico se agravou com declarações do senador norte-americano Lindsey Graham, aliado de Donald Trump, que ameaçou impor tarifas pesadas ao Brasil, China e Índia caso continuem comprando petróleo da Rússia. Segundo ele, essas nações estariam financiando a “máquina de guerra” de Putin, e defendeu retaliações econômicas de até 100% nas tarifas, ampliando as tensões iniciadas com a ameaça de Trump de aplicar tarifas sobre exportações brasileiras.

Enquanto isso, o mercado encontrou fôlego no setor de mineração. O minério de ferro subiu pelo quinto dia seguido, com destaque para o contrato em Cingapura que avançou 2,1%, a US$ 105,65, o maior nível desde outubro de 2024. A alta foi motivada pelo anúncio de um megaprojeto hidrelétrico de US$ 170 bilhões no Tibete, que promete ser o maior do mundo, elevando a demanda por aço e, consequentemente, minério.

Na Bolsa de Dalian (China), o minério também avançou com força. O contrato mais líquido subiu 2,49%, a US$ 114,72 por tonelada. Com isso, as ações da CSN (CSNA3) lideraram os ganhos do dia, com alta de 7,13%, seguidas por Usiminas (USIM5), que subiu 5,99%. A Vale (VALE3) avançou 2,59%, puxada tanto pelo minério quanto pela expectativa da prévia operacional do segundo trimestre.

Entre as varejistas, analistas veem espaço para ampliação de margens via reajuste de preços, aproveitando a inflação mais controlada. No entanto, o risco de novas tarifas pode elevar os custos de commodities, limitando o poder de repasse das empresas.

Apesar dessa perspectiva, algumas varejistas figuraram entre as maiores quedas do dia. A Vivara (VIVA3) recuou 3,54%, ainda refletindo a repercussão do anúncio feito nesta semana da renúncia de Nelson Kaufman ao cargo de presidente do Conselho de Administração. Marina Kaufman assumiu o posto, enquanto Paulo Kruglensky foi nomeado vice-presidente.

Já a Natura (NATU3) também teve um dia negativo e caiu 2,77%, pressionando o desempenho do setor no Ibovespa.

Por fim, o Banco Central vendeu US$ 600 milhões em leilão de linha com compromisso de recompra, mas o dólar PTAX encerrou o dia com valorização de 0,15%, cotado a R$ 5,5709.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• CSN (CSNA3): +7,13%

• Usiminas (USIM5): +5,99%

• Auren (AURE3): +4,09%

• Braskem (BRKM5): +3,68%

• BRF (BRFS3): +3,55%


Baixas

• Vivara (VIVA3): -3,54%

• CPFL Energia (CPFE3): -2,85%

• Natura (NATU3): -2,77%

• Direcional (DIRR3): -2,63%

• Yduqs (YDUQ3): -2,56%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: +0,40%

• Nasdaq: -0,39%

• S&P 500: +0,06%


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