Ibovespa avança com rumores de fusão e otimismo com minério de ferro

Shutterstock/Bigc Studio

O Ibovespa fechou a segunda-feira (21) em alta de 0,59%, aos 134.167 pontos, impulsionado pela valorização das ações da Vale e expectativas positivas com o minério de ferro. No cenário político, o foco permaneceu nas tensões comerciais com os EUA e nas medidas que o governo brasileiro pode adotar para proteger setores afetados por eventuais tarifas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil manterá a postura diplomática frente às tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciadas por Donald Trump, previstas para entrar em vigor em 1º de agosto. Segundo ele, o governo brasileiro já enviou duas cartas formais aos EUA e trabalha com diferentes cenários, inclusive a ausência de resposta americana até o prazo.

O destaque do pregão foi a Vale (VALE3), que subiu 2,73%, acompanhando o avanço do minério de ferro nos mercados internacionais. Em Cingapura, a commodity subiu 3,07%, e na China, os contratos futuros registraram altas superiores a 2%. O movimento foi impulsionado pelo anúncio da construção da maior hidrelétrica do mundo pelo governo chinês, projeto de US$ 167 bilhões, que deverá aquecer a demanda por aço e materiais básicos.

Além disso, o Banco do Povo da China manteve as taxas de juros de referência inalteradas pelo segundo mês consecutivo, sinalizando estabilidade monetária e apoio ao crescimento. Outra mineradora beneficiada foi a CSN Mineração (CMIN3), com alta de 4,76%.

As ações da Fleury (FLRY3) saltaram 14,89% nesta segunda, registrando a maior valorização em um único dia desde 2023 e alcançando a maior cotação do ano, ao fechar a R$ 14,51. O movimento foi impulsionado por rumores de que a companhia teria recebido uma proposta de aquisição da Rede D’Or (RDOR3).

Apesar de ambas as empresas negarem a existência de qualquer proposta formal ou decisão sobre uma possível fusão, o mercado reagiu com entusiasmo. Analistas enxergam forte sinergia estratégica entre as duas companhias, destacando que a integração poderia fortalecer a atuação da Rede D’Or ao longo da jornada completa de atendimento médico — da prevenção ao diagnóstico e hospitalização.

Segundo avaliação de casas como o Bank of America, a movimentação pode aumentar a competitividade da Rede D’Or no setor privado de saúde e ampliar sua base de pacientes. Ainda assim, o banco pondera que apenas as sinergias da fusão não seriam suficientes para alterar substancialmente o patrimônio da compradora, cujo valor de mercado é de R$ 75 bilhões, frente aos R$ 7 bilhões do Fleury.

Na outra ponta, o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) caiu 7,74%, com o mercado especulando mudanças no estatuto da empresa, como a possível retirada da cláusula de “poison pill”, que obriga OPA (Oferta Pública de Aquisição) em caso de aumento de participação acima de 25%. A especulação ocorre na semana após acionistas da família Coelho Diniz ampliarem sua participação para 17,7%.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Fleury (FLRY3): +14,89%

• BRF (BRFS3): +4,90%

• CSN Mineração (CMIN3): +4,76%

• RaiaDrogasil (RADL3): +3,55%

• Gerdau Metalúrgica (GOAU4): +3,44%


Baixas

• Pão de Açúcar (PCAR3): -7,74%

• Magalu (MGLU3): -3,55%

• CVC (CVCB3): -3,35%

• Cosan (CSAN3): -2,18%

• Hapvida (HAPV3): -2,18%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:

• Dow Jones: -0,04%

• Nasdaq: +0,38%

• S&P 500: +0,14%


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