O Ibovespa encerrou a terça-feira (15) com leve queda de 0,04%, aos 135.250 pontos, refletindo a cautela dos investidores diante das novas tarifas dos EUA sobre os produtos brasileiros, dos dados de inflação americana (CPI) e das indefinições sobre o IOF no STF. O mercado segue atento aos desdobramentos no cenário político e econômico, tanto interno quanto externo.
Governo reage a tarifa de Trump
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, classificou como “absolutamente inadequada” a nova tarifa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros, prevista para entrar em vigor em agosto. Durante reunião com representantes do setor produtivo, Alckmin defendeu uma solução negociada e destacou o alinhamento entre governo e empresas brasileiras para reverter a medida.
A iniciativa também mobilizou empresários americanos, que demonstraram interesse em manter o diálogo comercial com o Brasil, evitando um agravamento das tensões.
Inflação nos EUA vem em linha com expectativas
Nos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,3% em junho, conforme o esperado pelo mercado. No acumulado de 12 meses, o índice avançou 2,7%, levemente acima da previsão de 2,6%.
Os dados reforçam a percepção de que o Federal Reserve (Fed) deve manter a postura cautelosa em relação aos cortes de juros. Parte da inflação vem sendo atribuída aos primeiros efeitos das novas tarifas comerciais do governo Trump, principalmente em bens essenciais.
Em um ambiente de juros mais altos, ativos como o ouro tendem a perder atratividade, o que também influencia o comportamento dos investidores globais.
Gol derrete mais de 60% com encerramento do prazo de subscrição
As ações da Gol (GOLL54) desabaram 61,44% após o encerramento do prazo para subscrição de novas ações, dentro de um processo de aumento de capital de R$ 12 bilhões.
O movimento envolveu a emissão de 8,1 trilhões de ações ordinárias a R$ 0,00029 e 968 bilhões de preferenciais a R$ 0,01. Quem não aderiu à subscrição sofreu diluição extrema, podendo ver sua participação na empresa cair para apenas 0,2%.
Maiores quedas do Ibovespa: MRV e Vale
Entre as maiores baixas do Ibovespa, destaque para a MRV (MRVE3), que caiu 2,87%. Apesar de bons números de lançamentos (R$ 3,4 bilhões na prévia do 2º tri, alta de 54,2% em um ano), o fluxo de caixa mais fraco que o esperado pesou nas ações.
A Vale (VALE3) também recuou, com queda de 2,62%, influenciada pela desaceleração econômica da China. O PIB chinês cresceu 5,2% no segundo trimestre, ritmo inferior ao trimestre anterior (5,4%), o que levanta dúvidas sobre a demanda por minério de ferro.
STF: IOF segue indefinido
A audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) terminou sem consenso. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, deverá tomar uma decisão com base nas argumentações das partes envolvidas — entre elas a AGU, o Senado, a Câmara e o PSOL.
As partes optaram por aguardar o julgamento, sem avanço nas negociações. A expectativa agora gira em torno do posicionamento final de Moraes.
Aprovação de Lula sobe após embate com os EUA
A nova rodada de pesquisas, realizada entre os dias 11 e 13 de julho, mostra que a desaprovação ao governo Lula caiu para 50,3%, enquanto a aprovação subiu para 49,9%, dentro da margem de erro.
Analistas atribuem a leve melhora à postura firme do presidente frente ao tarifaço anunciado por Donald Trump, o que pode ter agradado parte do eleitorado.
As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:
Altas
• CVC (CVCB3): +6,55%
• São Martinho (SMTO3): +3,67%
• Marcopolo (POMO4): +3,47%
• Cyrela (CYRE3): +3,45%
• Direcional (DIRR3): +2,93%
Baixas
• MRV (MRVE3): -2,87%
• Vale (VALE3): -2,62%
• Bradespar (BRAP4): -2,37%
• RaiaDrogasil (RADL3): -1,98%
• Prio (PRIO3): -1,82%
EUA
Os principais índices de Nova York encerraram o dia sem direção única:
• Dow Jones: -0,98%
• Nasdaq: +0,18%
• S&P 500: -0,40%
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