Ibovespa recua 1,59% com aversão ao risco no exterior e correção após recorde

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O Ibovespa fechou esta quarta-feira (21) em queda de 1,59%, aos 137.881 pontos, em um movimento de correção após renovação de recordes ontem. O desempenho negativo acompanhou o tombo das bolsas internacionais, em meio a crescentes preocupações com a economia dos Estados Unidos.

Os principais índices de Wall Street também encerraram o dia no vermelho, pressionados por dados econômicos fracos, tensões geopolíticas e o aumento dos rendimentos dos Treasuries. O leilão de títulos de 20 anos nos EUA teve baixa demanda, o que fez os juros subirem ainda mais e pesarem sobre os mercados acionários.

Economistas permanecem pessimistas com a economia americana,apesar de uma trégua temporária na guerra comercial com a China, a saúde fiscal do país preocupa, especialmente com a iminente votação sobre o corte de impostos proposto pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, e o recente rebaixamento da nota de crédito soberano dos EUA pela Moody’s.

Enquanto isso, a União Europeia anunciou planos para remover barreiras internas ao comércio e aumentar sua competitividade frente às tarifas americanas. Estimativas do FMI apontam que essas barreiras internas equivalem a tarifas de até 110% para serviços, superando as tarifas impostas por Trump. A Comissão Europeia pretende apresentar propostas até 2026, mas a implementação dependerá dos Estados-membros.

Criptomoedas em alta

Na contramão dos mercados tradicionais, o Bitcoin opera em forte alta e atingiu uma nova máxima histórica de US$ 109.422, impulsionado por fluxo recorde para ETFs nos EUA, aumento da demanda institucional e expectativas positivas com a regulação das stablecoins. A crise fiscal americana também fortalece o apelo do BTC como reserva de valor. Curiosamente, empresas chinesas investiram em memecoins ligadas a Trump como forma de mitigar riscos de fechamento de capital nos EUA, ilustrando a interconexão entre política e finanças globais.

Destaques corporativos

Entre as ações de maior peso no índice, Petrobras PN (PETR4) caiu 1,12%, cotada a R$ 31,75, acompanhando a queda do petróleo no exterior. Os preços do WTI e Brent recuaram 1,13% e 1,12%, respectivamente, após aumento dos estoques nos EUA pela segunda semana consecutiva.

No setor aéreo, Azul (AZUL4) despencou 5,56% diante da possibilidade de pedir recuperação judicial nos EUA, devido à pressão cambial e à fragilidade financeira. A S&P rebaixou a nota de crédito da companhia para “CCC-”. Em contraste, a Gol (GOLL4) disparou 35,29%, maior alta intradiária desde 2020, após aprovação de seu plano de recuperação no Chapter 11 nos EUA, com captação de US$ 1,9 bilhão.

No setor de energia, Raízen (RAIZ4) subiu 5,95% após rumores de que teria fechado acordo para repassar projetos de geração solar ao Pátria Investimentos. A empresa está em processo de turnaround e atrai investidores em busca de valorização.

Cosan (CSAN3) avançou 1,32%, beneficiada pela expectativa de queda da taxa Selic, o que favorece empresas com estrutura de holding e perfil mais alavancado. Analistas veem a Cosan como um dos melhores cases para aproveitar uma possível descompressão da curva de juros.

As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Raízen (RAIZ4): +5,95%

• Cosan (CSAN3): +1,32%

• PetroRecôncavo (RECV3): +1,21%

• Marfrig (MRFG3): +0,61%

• Suzano (SUZB3): +0,36%


Baixas

• Marcopolo (POMO4): -6,94%

• Vamos (VAMO3): -6,60%

• Ultrapar (UGPA3): -6,33%

• Cyrela (CYRE3): -5,61%

• Azul (AZUL4): -5,56%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em queda:

• Dow Jones: -1,91%

• Nasdaq: -1,41%

• S&P 500: -1,61%

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