Ibovespa fecha em alta histórica e analistas projetam novos recordes

O Ibovespa encerrou a terça-feira (20) em alta de 0,34%, aos 140.110 pontos, registrando seu maior fechamento histórico e superando o recorde do dia anterior. Durante o pregão, o índice chegou a renovar seu recorde intradiário.

Com esse desempenho, analistas mantêm uma perspectiva otimista para a bolsa brasileira. A XP projeta o Ibovespa a 149 mil pontos até o fim de 2025. Já o Morgan Stanley revisou sua projeção para 189 mil pontos em meados de 2026, citando sinais de uma possível mudança política no Brasil. O Safra, por sua vez, estima o índice em 170 mil pontos no mesmo período.

Três fatores principais sustentam esse otimismo: a rotação de carteiras globais, com investidores redirecionando recursos antes aplicados nos Estados Unidos para mercados emergentes; o valuation atrativo das empresas brasileiras, que estão sendo negociadas com múltiplos abaixo da média histórica, apesar de apresentarem fundamentos sólidos; e a expectativa de que o ciclo de alta de juros no Brasil tenha sido encerrado em maio, ou esteja muito próximo do fim.

No cenário externo, as bolsas de Nova York fecharam em queda, pressionadas pela alta nos rendimentos dos Treasuries e pelas incertezas em torno da política fiscal dos EUA. O foco recaiu sobre a visita de Donald Trump ao Congresso, em meio às negociações entre democratas e republicanos sobre cortes de impostos.

No câmbio, o dólar PTAX subiu 0,05%, cotado a R$ 5,6620, revertendo a baixa de 0,59% do dia anterior. A sessão foi marcada por menor volatilidade, refletindo um ambiente mais calmo nos mercados globais.

No mercado corporativo, ações do setor de educação despencaram após a publicação do Decreto nº 12.456/2025, que regulamenta a Nova Política de Educação a Distância (EAD). A medida proíbe cursos de Medicina, Direito, Enfermagem, Odontologia e Psicologia no formato remoto. Cogna (COGN3) caiu 7,79%, e Yduqs (YDUQ3), 5,07%. O impacto já era parcialmente esperado, mas confirma um aumento estrutural de custos no setor.

Em destaque positivo, a Gol (GOLL4) disparou 12,09% após a Justiça dos EUA confirmar o Chapter 11, processo equivalente à recuperação judicial. A companhia prevê encerrar sua reestruturação em junho de 2025 e realizará uma assembleia em 30 de maio para discutir, entre outros pontos, um aumento de capital via capitalização de créditos.

As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:

Altas

• JBS (JBSS3): +4,79%

• Marfrig (MRFG3): +4,31%

• Vamos (VAMO3): +4,21%

• BRF (BRFS3): +2,44%

• Rumo (RAIL3): +2,42%

Baixas

• Cogna (COGN3): -7,79%

• Yduqs (YDUQ3): -5,07%

• Natura (NTCO3): -3,17%

• Pão de Açúcar (PCAR3): -3,13%

• Assaí (ASAI3): -3,05%

EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em queda:

• Dow Jones: -0,27%

• Nasdaq: -0,38%

• S&P 500: -0,39%

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