Ibovespa renova máxima impulsionado por cenário econômico e falas do BC

O Ibovespa encerrou a segunda-feira (19) em alta de 0,32%, aos 139.636 pontos, após atingir a marca histórica dos 140 mil pontos durante o pregão. O avanço foi impulsionado pelas declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que sinalizou a manutenção de juros elevados por mais tempo diante das incertezas externas — mensagem bem recebida pelo mercado.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou que a política monetária do BC já impacta a atividade econômica, com efeitos visíveis sobre setores cíclicos, câmbio e inflação. Apesar do cenário, a Fazenda elevou suas projeções: o IPCA para 2025 subiu para 5,0%, a projeção era de 4,9% no boletim anterior, de março, divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE). Para 2026, a estimativa foi mantida em 3,6%. A projeção de crescimento do PIB para 2024 foi ajustada de 2,3% para 2,4%.

No exterior, o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Moody’s de “Aaa” para “Aa1”, devido ao aumento da dívida e dos juros, movimentou os mercados. O Morgan Stanley recomendou a compra de ações americanas em caso de queda nos preços. A redução das tarifas à China também ajudou a aliviar temores de recessão nos EUA, enquanto o ouro subiu mais de 1%, refletindo a busca por ativos seguros e a fraqueza do dólar.

No Brasil, o IBC-Br (prévia do PIB) avançou 0,80% em março, superando as expectativas de 0,50% e mostrando aquecimento econômico no primeiro trimestre, especialmente devido à safra recorde de soja. Analistas avaliam que esse cenário pode reforçar a manutenção de juros elevados.

Entre as ações, o destaque negativo foi a Marfrig (MRFG3), que caiu 6,42%, devolvendo parte dos ganhos de 21,35% na última sexta-feira após o anúncio da possível incorporação da BRF (BRFS3). A queda também reflete a preocupação com a suspensão das importações de carne de frango por vários países, após a confirmação de um caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul.

Já a JBS (JBSS3) liderou as altas do dia, subindo 3,06% após o J.P. Morgan reiterar recomendação de compra, destacando a robustez dos resultados e o potencial impulsionamento da listagem da empresa nos EUA. A JBS também é vista com menor exposição a riscos locais devido à sua diversificação global.

As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:

Altas

• JBS (JBSS3): +3,06%

• Embraer (EMBR3): +2,76%

• Lojas Renner (LREN3): +2,62%

• Fleury (FLRY3): +2,55%

• Azzas (AZZA3): +2,51%

Baixas

• Marfrig (MRFG3): -6,42%

• Pão de Açúcar (PCAR3): -3,90%

• Petz (PETZ3): -3,57%

• IRB (IRBR3): -3,32%

• RaiaDrogasil (RADL3): -2,76%

EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,32%

• Nasdaq: +0,02%

• S&P 500: +0,09%

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