Em setembro, houve uma saída líquida de R$ 1,671 bilhão, de capital estrangeiro da B3, resultado de compras que totalizaram R$ 263,821 bilhões e vendas que somaram R$ 265,491 bilhões. Até setembro de 2024, o saldo do capital externo acumula um déficit de R$ 23,172 bilhões.
Após dois meses de otimismo com o saldo líquido de investidores estrangeiros fechando no positivo, setembro marca o retorno do que vimos no começo de 2024. Desde o início do ano, a Bolsa vinha sofrendo com fluxos mensais negativos de investimento estrangeiro. O ápice ocorreu em abril, quando foi registrada a saída líquida de R$ 11,1 bilhões.
Em linha com a saída de capital estrangeiro, o Ibovespa teve o quarto pior desempenho entre os 27 principais investimentos analisados pelo Trademap em setembro, registrando uma queda de 3,08% no mês. No acumulado de 2024, o índice apresenta desvalorização de 1,77%. Em contraste, índices como S&P 500, Nasdaq 100 e Dow Jones tiveram resultados positivos, beneficiados pelo início do ciclo de redução das taxas de juros nos Estados Unidos. Na última Super Quarta (18/09), o Fed anunciou um corte de 0,5 p.p., reduzindo a faixa das taxas para 4,75% a 5,00% ao ano.
No Brasil, o ciclo de aperto monetário tem exercido pressão negativa sobre o mercado de ações, enquanto incertezas sobre a sustentabilidade da dívida pública geram aversão ao risco entre os investidores. Esses fatores sugerem que a economia brasileira está superaquecida em relação a outros países, o que pode levar a um novo aumento da Selic na próxima reunião.
Assim, o cenário foi desfavorável para os investidores externos em setembro, evidenciando a correlação entre a saída de capital e o desempenho do principal índice da bolsa brasileira.
Contudo, a recente elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody’s, ontem (01), que agora está classificado apenas um nível abaixo do grau de investimento, amenizou as dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida. A agência destacou que, desde 2022, o país tem apresentado um desempenho econômico positivo, impulsionado por fatores cíclicos e reformas estruturais. Essa perspectiva otimista pode criar um ambiente favorável para a entrada de capital estrangeiro na bolsa em outubro.
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