O que esperar da bolsa em agosto

Agosto de 2024 promete ser um mês de grandes expectativas para a Bolsa de Valores, após um julho positivo em que o Ibovespa subiu 3,09%. Esse crescimento foi impulsionado, em grande parte, por fatores externos e pela percepção de que as ações da Bolsa brasileira estão com valor menor em comparação com a média histórica. 

Com o início de um novo mês, o mercado está atento a uma série de fatores que podem influenciar o desempenho das ações. Veja aqui os principais destaques e tendências para o mês!

Contexto econômico atual

O Copom decidiu manter a Selic em 10,5% ao ano. O texto do comunicado não sinalizou uma alta de juros iminente para setembro, o que pode contribuir para a estabilidade do mercado, mas também reflete a complexidade da situação econômica interna.

Já o congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2024 e a aprovação da Reforma Tributária ajudam a criar um ambiente mais previsível. Contudo, o mercado continuará atento à elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2025 e possíveis revisões nas metas fiscais, que podem afetar o Ibovespa.

Apesar das incertezas fiscais, os fundamentos das empresas brasileiras permanecem sólidos. As estimativas de lucro por ação (LPA) estão sendo revisadas para cima, o que pode impulsionar sua valorização. 

Tendências globais

O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) recentemente manteve a taxa básica de juros entre 5,25% e 5,50%, mas sinalizou a possibilidade de um corte na próxima reunião de setembro. Esse movimento, se concretizado, pode ser um fator positivo para a Bolsa brasileira. 

Isso acontece basicamente porque, quando os juros nos EUA diminuem, há um fluxo maior de investimentos para mercados emergentes, como o Brasil. Esse fluxo tende a beneficiar o Ibovespa, já que investidores podem buscar maiores rendimentos em países com economias emergentes.

Em julho, já se observou uma queda nos rendimentos dos títulos públicos americanos, refletindo uma expectativa de desaquecimento econômico. Isso levou a um fluxo positivo para a Bolsa brasileira, após um primeiro semestre marcado pela saída de capitais estrangeiros – inclusive, o mercado viu um retorno positivo, com uma captação líquida de R$ 7,4 bilhões.

Setores em foco

Entre as ações mais recomendadas para agosto estão Klabin (KLBN11), Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Itaú (ITUB4). Essas empresas são destacadas por suas perspectivas positivas no setor de celulose, mineração, energia e serviços financeiros, respectivamente. A recomendação para essas ações é baseada em fundamentos sólidos e expectativas de bom desempenho financeiro.

Próximas semanas

• Política monetária: A decisão do Federal Reserve sobre um possível corte de juros em setembro será muito importante. Se os dados econômicos e a inflação nos EUA continuarem a recuar, isso pode sinalizar uma mudança favorável na política monetária.
• Lei Orçamentária Anual para 2025: O envio do projeto ao Congresso até 31 de agosto será um ponto de atenção. Mudanças nas metas fiscais ou novos contingenciamentos podem afetar as expectativas do mercado. O governo pode usar este momento para ajustar as projeções fiscais, o que terá implicações para a confiança dos investidores.
• Reforma Tributária e contingenciamento: O impacto da Reforma Tributária e o congelamento orçamentário podem trazer mais clareza sobre o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. A eficácia das medidas de contingenciamento e a capacidade de cumprir as metas fiscais serão observadas de perto.
• Temporada de resultados: A divulgação dos balanços das empresas continuará sendo um fator importante. O desempenho financeiro de grandes empresas como Klabin, Vale, Petrobras e Itaú, entre outras, será monitorado para avaliar a saúde econômica e as perspectivas do mercado. 
• Setor de celulose e mineração: O desempenho dos setores de celulose e mineração pode ser impactado por fatores globais como a demanda por commodities e as condições econômicas internacionais. As ações da Klabin e da Vale podem continuar a se beneficiar de tendências favoráveis nesses setores.

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