Aqui está, saindo quentinha do forno, mais uma edição da TradeLetter, a mais divertida newsletter de notícias do mercado financeiro.
Nesta edição, vamos olhar em retrospecto para tudo que de mais interessante aconteceu na última semana. Bora lá?
E os troféus de maiores altas e maiores baixas do ano vão para…

🥇 EMBR3 = +52,97%
🥈 RRRP3 = +27,95%
🥉 CIEL3 = +24,49%

👎 MRVE3 = -35,98%
👎👎 COGN3 = -34,10%
👎👎👎 CMIN3 = -33,17%
Principais índices

IBOV = -4,32%
IDIV = -1,23%
IFIX = +2,42
Dow Jones = +2,62%
S&P-500 = +7,50%
Nasdaq = +7,63%
Dólar Ptax = +4,66%
*Dados do ano até o fechamento de 03/05/2024.
Agora, sem mais delongas, vamos ao que interessa!

Winter is coming

Não muito tempo atrás, o simpático e risonho George R.R. Martin — que, diga-se de passagem, nos deve ainda dois livros — nos ensinou que os presságios, embora muitas vezes tardem, não falham.
Eu mesmo, durante a leitura de centenas de páginas de As Crônicas de Gelo e Fogo e horas assistidas de Game of Thrones, cansei de ouvir “o inverno está chegando”, “o inverno está chegando”… E, no final das contas, o inverno chegou.
Nesta segunda-feira (29), durante um evento no Insper de São Paulo, nosso queridíssimo Campos Neto pressagiou o que parece ser um inverno vindouro para os Bancos Centrais mundiais.
Como um profeta e oráculo da mão invisível do mercado, Campos Neto afirmou ter a sensação de que banqueiros centrais terão mais dificuldades daqui para frente, com o desafio de convencer os poderes Legislativo e Executivo da importância de equilibrar as contas públicas em um momento em que o mundo convive com taxas de juros mais elevadas.
Reiterando que a credibilidade da política fiscal afeta a eficiência dos canais da política monetária, Campos Neto afirmou:
“A gente não vê globalmente um debate muito maduro sobre a necessidade de fazer o fiscal.”
Nas últimas semanas, ele também mencionou que a incerteza sobre a âncora fiscal deixa mais custoso o trabalho para o controle da inflação.
A lógica é bem simples: a âncora fiscal (contas públicas) e monetária (objetivos de inflação) são muito relacionadas. Se você perde credibilidade ou se você está indo para um cenário de maior incerteza sobre o âncora fiscal, isso torna mais custoso o trabalho do outro lado.
Dessa forma, a perspectiva é que a expansão fiscal, além de aumentar a incerteza sobre a trajetória da dívida, gera pressão na demanda por maior consumo, impactando consequentemente nos preços. Daí, com uma expectativa de inflação maior, o Bancos Centrais podem precisar retardar o ciclo de queda de juros.
De fato, colocando em perspectiva os efeitos de um má política fiscal e de todos os imbróglios dos últimos dias quanto ao assunto, não é à toa que o desanimo paire sobre o mercado às vésperas da próxima reunião do Copom.
Estariam Os Ventos do Inverno chegando?
(Sr. Martin, se estiver lendo, favor captar a indireta.)

Cortando juros na base da motoserra

A Argentina não para de surpreender. Em menos de uma semana, o Banco Central cortou a taxa base de juros da economia argentina em 20%. Esse já é o quinto corte da taxa, desde que tresloucado Javier Milei assumiu a presidência do país em dezembro.
A taxa que então se encontrava no patamar de 70% passou por dois cortes sucessivos de 10% cada nos últimos dias. Agora em 50%, a taxa equivale a 4,2% a.m..
O BCRA (Banco Central de la República Argentina) justificou a medida dizendo que o governo está cada vez mais confiante em conter a inflação. Por extensão, afirmou que o:
“[…] contexto financeiro e de liquidez e se baseia no rápido ajuste das expectativas de inflação, no fortalecimento da âncora fiscal e no impacto monetário contracionista derivado da sazonalidade nos pagamentos externos do Tesouro no trimestre corrente.”
A expectativa das autoridades argentinas é que o Índice de Preços ao Consumidor deva ter ficado por volta de 8% em abril, após os 11% observados em março.
Podemos até discutir se as medidas são excêntricas ou não, mas temos de admitir: estão dando certo.
Mais de 84%, somente no primeiro trimestre…

A julgar pelo número, você deve estar imaginando que estamos falando a respeito da performance de alguma criptomoeda. Mas não. Essa é a performance da bolsa argentina no primeiro trimestre de 2024.
A dura política fiscal de Milei, da qual de tempos em tempos venho falando aqui, vem sendo vista com cada vez mais entusiasmo pelo mercado. Um bom exemplo disso é a notícia que mencionei acima.
Não obstante, as boas notícias não param por aí. No primeiro trimestre de 2024, o S&P MERVAL Index (índice medido em dólares da bolsa de valores argentina) obteve uma alta de 84,41% em relação ao ano anterior. Isso, comparado ao ano anterior. Ainda assim, somente em 2024, o índice já sobe mais de 45%.
(Dei aquela inflada ali no título porque… sacomé, né? Um sensacionalismo aqui e outro acolá não faz mal a ninguém.)

Se vale ou não a pena investir, já são outros quinhentos. E não sou é que vou opinar. Fato é que o mercado está cada vez mais otimista com a economia argentina.
Hora de dar tchau!

Por hoje é só, galerinha.
Com feriadinho nessa semana, faria limers na praia… não encontrei mais nada de muito interessante para compartilhar aqui.
Vejo você na próxima sexta!
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