No dia em que o Federal Reserve deve anunciar a redução do ritmo de alta da taxa de juros americana, os investidores repercutem a flexibilização na Lei das Estatais aprovada na noite de ontem na Câmara, e o anúncio de parte da equipe de Fernando Haddad no ministério da Fazenda.
Os deputados deram o aval para o texto-base de um projeto que flexibiliza as restrições da lei, que foi aprovada em 2016 no governo Temer e tem como objetivo dificultar a nomeação de políticos para a presidência e diretorias de empresas públicas.
No dia em que Aloisio Mercadante foi confirmado por Lula na presidência do BNDES, os parlamentares aprovaram uma mudança na regra que diz que dirigentes de campanhas eleitorais precisam ficar 36 meses fora de atividades políticas para serem indicados para estatais. O prazo foi alterado para somente 30 dias.
O texto, que precisa ser aprovado no Senado e enviado à sanção presidencial, deve desagradar o mercado, que ontem tombou com força após o anúncio que Mercadante ocupará o comando do banco público.
Por outro lado, Fernando Haddad anunciou um nome que agrada bastante aos investidores: Bernardo Appy, diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), será secretário especial para a reforma tributária. Haddad também anunciou Gabriel Galípolo, ex-presidente do Banco Fator, como secretário-geral da Fazenda.
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O mercado ainda monitora a retomada do julgamento da constitucionalidade das emendas de relator (o chamado orçamento secreto) no STF (Supremo Tribunal Federal).
As emendas são acusadas de falta de transparência no uso dos recursos públicos, já que permitem a parlamentares enviarem verbas a seus redutos eleitorais sem serem identificados – na prática, quem controla essa liberação são os presidentes da Câmara e do Senado.
O julgamento está sendo monitorado de perto pelos parlamentares antes da votação da PEC da Transição na Câmara – a proposta já foi aprovada pelo Senado.
Os investidores também acompanham hoje a divulgação do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de outubro, que será informado às 9h pelo Banco Central.
Fed decide juros
Nesta quarta, todos os olhos estarão voltados ainda para o anúncio do Federal Reserve (banco central dos EUA) da nota taxa de juros americana, às 16h, seguido de entrevista coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell.
A expectativa é que o BC americano desacelere o ritmo de alta de juros para 0,50 ponto. Ontem, as bolsas americanas se animaram com a inflação ao consumidor em novembro, que desacelerou a 0,1%, bem abaixo do esperado.
Por volta das 8h15, os índices futuros americanos operavam quase estáveis: o Dow Jones subia 0,01%, o S&P 500 estava em queda de 0,02% e o Nasdaq caía 0,07%. O índice europeu Euro Stoxx 50 estava em queda de 0,67%.