A injeção de capital recebida pela V.tal é uma notícia positiva para a companhia, mas pode ser motivo de preocupação para a Oi (OIBR4), segundo o BTG Pactual.
A V.tal é uma empresa que oferece infraestrutura de fibra ótica para empresas de telecomunicações. A companhia era parte integral da Oi, mas em abril passou a ser controlada por um fundo de infraestrutura do BTG Pactual, que comprou uma fatia de pouco mais de 60%.
Na semana passada, a Oi divulgou que a V.tal captou mais R$ 2,5 bilhões com o CPP Investments, o maior fundo de pensão do Canadá.
O dinheiro entrou via emissão de novas ações, que foram precificadas a um preço maior que o registrado quando a Oi vendeu parte da companhia ao fundo do BTG Pactual. Isso, segundo o banco, é uma notícia positiva, pois aumenta o valor percebido da V.tal.
A parte negativa, porém, é que com a injeção de capital a Oi viu sua fatia na V.tal encolher, e pode ser prejudicada por isso no futuro.
“A participação da Oi na V.tal é extremamente importante para a empresa, pois pode ser utilizada para renegociar suas dívidas. A Oi pode vender sua participação em um potencial IPO ou usá-la como garantia para estender suas dívidas”, disse o BTG Pactual.
Segundo o banco, mesmo que as novas ações da V.tal tenham sido vendidas a um preço maior, o valor foi inferior ao esperado e exigiu uma revisão das estimativas a respeito da Oi.
“Estimamos que a V.tal tenha um valor da firma de R$ 31,9 bilhões (EV de R$ 32,8 bilhões), colocando a participação da Oi em R$ 9,8 bilhões (vs. R$ 11,1 bilhões antes da diluição). Mas considerando o valuation pago pela CCP, cairia para R$ 7,8 bilhões”, acrescentou.
O BTG Pactual atribui recomendação neutra às ações ordinárias da Oi (OIBR3), com preço-alvo em R$ 0,30 por ação. Por volta das 16h25, as ações ordinárias da companhia subiam 10%, para R$ 0,22.