Oi (OIBR4) quer transformar 50 ações em 1 para cumprir exigência da B3; entenda

Na prática, 50 papéis da empresa virariam 1 nos novos termos, que ainda passarão por crivo em assembleia geral ordinária

Foto: Shutterstock/Brenda Rocha - Blossom

O conselho de administração da Oi (OIBR4) propôs um grupamento de ações para enquadrar suas ações nas regras da B3, empresa que administra a Bolsa brasileira. Isso porque os papéis da companhia de telecomunicações têm sido negociados abaixo de R$ 1, algo que não é permitido.

Em documento enviado ao mercado na noite de segunda-feira (17), a empresa afirmou que pretende agrupar 50 ações em 1 (uma) nova ação. Ou seja, na prática, 50 papéis da empresa virariam 1 nos novos termos. A proposta de grupamento ainda precisa passar pelo crivo dos acionistas em assembleia geral ordinária a ser realizada no dia 18 do mês que vem.

Ontem, a ação ordinária (ON) da Oi (OIBR3) fechou cotada a R$ 0,36, enquanto a preferencial (PN) da companhia (OIBR4) valia R$ 0,81.

Se levarmos em conta o preço dos papéis preferenciais e dos ordinários no fechamento de segunda, o preço de uma nova ação, que seria formada por 50 atuais, ficaria em R$ 40,50 nos papéis PN e em R$ 18 para os ON.

As ações de emissão da Oi negociadas nos Estados Unidos (ADS, sigla de American Depositary Shares) não serão objeto do grupamento de ações, de forma que as paridades dos ADS com as ações locais sofrerão um ajuste, visando a manutenção do total de ADS.

Segundo a Oi, cada ação ordinária passará a representar 10 ADS ordinárias, enquanto uma ação preferencial será equivalente a 50 ADS preferenciais.

Caso aprovado o grupamento de ações pela assembleia no mês que vem, o capital social da companhia passará de 6.603.037.459 ações para 132.060.748 papéis. Do total, serão 128.906.204 ordinárias e 3.154.544 preferenciais.

A Oi havia anunciado no final de agosto que pretendia agrupar suas ações. O analista CNPI da Agência TradeMap Jader Lazarini explica que o grupamento das ações em si não gera valor algum para a empresa, pois a companhia apenas seria dividida em menos pedaços – ou seja, o valor de mercado não sairia do lugar.

“Do outro lado, a companhia segue rumo ao fim de sua recuperação judicial, após tortuosos cinco anos desde que o processo foi iniciado. À época, a empresa tinha dívidas de R$ 65 bilhões e milhares de credores que não tinham perspectivas positivas”, avalia.

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