Juros param de subir, mas Magazine Luiza (MGLU3) continua caindo – e dado da CNC explica o motivo

Intenção de consumo de bens duráveis continua historicamente baixo, e juros seguem em nível elevado apesar de terem parado de subir

Foto: Shutterstock

A taxa de juros brasileira finalmente parou de subir. A notícia deveria ser positiva para as ações do varejo, mas ações do setor, como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) operam em baixa hoje. Por quê?

A explicação pode estar em dados divulgados nesta quinta-feira (22) pela CNC (Confederação Nacional do Comércio).

De acordo com a instituição, o índice que mede a intenção de consumo das famílias alcançou 84,4 pontos em setembro, resultado 1,4% maior que o de agosto e 16,5% superior ao observado em junho do ano passado.

No entanto, os números também mostram que os brasileiros estão pouco inclinados a comprar bens duráveis, como geladeiras e automóveis.

Para estes produtos, o índice de intenção do consumo cresceu bem menos – a alta foi de 0,6% no mês, para 42,9 pontos. Na comparação anual, houve queda de 0,2%.

Para fins de comparação, em fevereiro de 2020, antes da pandemia de Covid-19 atingir a economia brasileira, este índice beirava os 80 pontos.

Isso explica em parte o fraco desempenho das ações de empresas como Magazine Luiza e Via, que nos últimos 12 meses registraram quedas de preço de 72% e de 61%, respectivamente.

A Via é a dona das marcas Casas Bahia, Ponto e Bartira, todas elas voltadas à venda de móveis e de eletrodomésticos. O Magazine Luiza também é uma rede voltada essencialmente à venda de bens duráveis, ainda que nos últimos anos tenha se esforçado para diversificar o mix de produtos vendidos.

Hoje, por volta das 14h30, as ações de Magazine Luiza caíam 4% e estavam entre os componentes do Ibovespa que mais caíam. A ação da Via recuava menos, perdendo 1,2%.

Clima geral para consumo está melhorando

A despeito do momento ruim para bens duráveis, os números da CNC indicam que os brasileiros estão mais propensos a consumir.

A Confederação diz que um dos fatores que explicam o aumento da intenção de consumo é a melhora do mercado de trabalho.

“Os indicadores de emprego atual e de perspectiva profissional permaneceram como os únicos nos quais todas as famílias se demonstram satisfeitas. Após a perspectiva profissional recuar no mês passado, já em setembro o indicador apontou alta de 1,4%, com a maior parte da população (47,1%) com perspectiva positiva para o emprego nos próximos seis meses”, disse a CNC.

Outro indicador que teve melhora foi a avaliação da renda atual, beneficiado pelo aumento do valor do Auxílio Brasil e a recuperação de parte do poder de compra decorrente das deflações de julho e agosto.

“Para as famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos, a alta foi inclusive mais expressiva (+2,2%), o que corrobora a influência dos programas de renda”, disse a CNC.

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