Operadoras de planos de saúde e redes de laboratórios devem ser destaque no 3º trimestre, diz BofA

Números do segundo trimestre e de boletim da ANS pintam cenário positivo para o setor, segundo o banco

Foto: Shutterstock

Depois de analisar os resultados do segundo trimestre e os dados do Boletim Covid-19 da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para julho, o time de analistas do Bank of America aposta nas operadoras de planos de saúde e nas redes de laboratórios como vencedoras do terceiro trimestre, segundo relatório distribuído nesta segunda-feira (29).

Entre os números reportados pelas companhias do setor de saúde no segundo trimestre, os analistas destacam as taxas de ocupação, que indicam dinâmicas normalizadas; a resiliência no volume de exames diagnósticos; e o cenário ainda desafiador para os hospitais em termos de ticket médio.

Já em relação ao Boletim Covid-19, divulgado pela ANS em 26 de julho, o BofA destaca o crescimento constante no número de beneficiários de planos de saúde, com alta de 0,3% em julho, na comparação com o mês anterior; a redução para 84% na sinistralidade média, contra 87% no segundo trimestre; e a queda de 1 ponto percentual na taxa de ocupação de hospitais.

“Como resultado, estamos positivos em relação ao terceiro trimestre, especialmente para operadoras de planos de saúde e redes de laboratórios, segmentos que devem continuar a mostrar melhorias sequenciais”, escreveram os analistas Fred Mendes, Gustavo Tiseo, Mirela Oliveira e Lucca R. Brendim.

As redes de hospitais, por sua vez, devem seguir em dificuldade, na análise do BofA. A expectativa dos analistas é que Rede D’Or (RDOR3), Mater Dei (MATD3) e Dasa (DASA3) reportem queda na taxa de ocupação, uma vez que o segundo trimestre tende a ser sazonalmente mais forte, fazendo com que as margens caiam.

Do lado positivo, o banco espera que estas companhias consigam repassar a alta nos custos para as operadoras de planos de saúde, elevando seus tickets médios entre 5% e 10% na comparação anual. Ao mesmo tempo, devem ser capazes de reduzir custos de materiais e medicamentos, o que pode compensar parcialmente a deterioração de margens nos próximos trimestres.

Entre as operadoras de planos de saúde, o principal destaque positivo deve ser a Hapvida (HAPV3), que deve seguir anotando crescimento no número de beneficiários e redução na sinistralidade. “Projetamos crescimento orgânico mensal acima de 1% e esperamos que a sinistralidade fique abaixo do nível do segundo trimestre, dando continuidade à recuperação de margem”, diz o relatório.

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Outra operadora de planos que deve se dar bem no curto prazo é a Odontoprev (ODPV3), que também ostenta crescimento orgânico acelerado e baixa sinistralidade, de acordo com os analistas. Isso, em conjunto com a redução de custos de aquisição, deve permitir uma dinâmica positiva para os resultados da companhia no segundo semestre, na visão do BofA.

O cenário não é tão positivo para a Qualicorp (QUAL3), que tem enfrentado desafios para retomar seu crescimento, de acordo com o banco – o que pode se tornar ainda mais difícil no segundo semestre, devido aos reajustes nos preços dos planos.

Já entre as redes de laboratórios, o BofA destaca o Fleury (FLRY3), “resiliente em meio à incerteza geral do setor”. “Em contraste aos riscos de crescimento orgânico e sinistralidade afetando outros segmentos, o histórico do Fleury e o Boletim Covid-19 demonstram uma tendência forte para os volumes de exames”, escrevem os analistas, que esperam margens estáveis no próximo trimestre.

Por fim, a fabricante e distribuidora de produtos médicos Viveo (VVEO3) deve seguir pressionada pela performance de empresas adquiridas recentemente, especialmente a Profarma Specialty, que opera com margens muito inferiores às do restante de seu portfólio. A expectativa do BofA é que esse efeito comece a se dissipar no ano que vem, quando a empresa deve ser capaz de retomar sua expansão de margem.

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