Segurança é a senha para escalada da Web 3.0; veja oportunidades apontadas por especialistas

Davi Cunha, da Microsoft, e Rodrigo Borges, da Ohm Research, participaram de debate na Expert XP 2022

Foto: Shutterstock

O conceito de Web 3.0 ganhou corpo nos últimos anos como a última fronteira da tecnologia ao agregar condições pautadas em projetos de blockchain, principalmente as ideias de descentralização e democratização dos serviços, além de oferecer mais autonomia aos usuários.

A despeito das melhorias apresentadas pelo novo modelo, a adoção em massa dos serviços de Web 3.0 esbarra nos riscos à segurança de usuários e instituições que estão cada vez mais inseridos nesse universo digital.

Para Davi Cunha, executivo sênior de Indústria para Serviços Financeiros da Microsoft no Brasil, o principal ponto da nova tecnologia é o empoderamento dos usuários para a troca de informações sem a presença de um intermediador.

O avanço dessa integração, porém, esbarra em questões de segurança, que ainda não estão totalmente estabilizadas no universo de oportunidades ofertadas por esse novo campo.

“A Web 3.0 já viabiliza novos modelos, mas só vai ganhar escala quando trouxer segurança nos processos e uma camada de identidade digital que garanta que o usuário está sempre no controle das operações”, disse nesta quinta-feira (4), durante participação na Expert XP 2022, realizada em São Paulo.

Seguindo o mesmo raciocínio, Rodrigo Borges, analista de criptos da Ohm Research, afirmou que o grande diferencial da Web 3.0 é misturar os papéis entre os produtores e consumidores de conteúdo digital.

“É dar poder ao usuário de ele decidir se quer participar desse arranjo, se quer ceder os seus dados”, disse, ao comentar as diferenças com outros modelos de Web. Porém, ressaltou que o novo conceito ainda passa por grandes desafios, principalmente “de segurança, integração e jurisdição”.

Metaverso abre porta de oportunidades

A exploração comercial do metaverso é uma das grandes portas que a Web 3.0 abriu no mercado. Apesar de a ideia de espaços digitais ter se popularizado apenas no último ano, os especialistas destacaram que o conceito já data da década passada com jogos que emulavam a vida real.

Mas, agora, o avanço da tecnologia ampliou a gama de possibilidades para o seu uso em diversas frentes, desde o campo de entretimento, até o lado corporativo e social.

“Vários negócios que hoje não tem escala global vão se tornar oportunidades de negócio”, disse Borges, citando exemplo de um show virtual que concentrou mais de 130 mil pessoas do mundo inteiro em um único ambiente virtual.

Para Cunha, da Microsoft, a transição para o metaverso passa pela adesão das instituições à nova tecnologia. Como exemplo, ele apontou a criação de uma agência do banco JPMorgan em uma plataforma de realidade virtual.

“Temos que aproveitas as oportunidades. Para que o metaverso aconteça de fato, uma série de ativos do mundo real precisam ir para o mundo virtual”, afirmou.

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