Para além do Bitcoin: em quais outros criptoativos você pode investir? Saiba as diferenças entre os principais

Oportunidades variam desde a negociação de obras de arte em NFT até rendimento de juros em sistemas financeiros descentralizados

Foto: Shutterstock

Quando se fala em mercado cripto, em meio à sua popularidade, o Bitcoin (BTC) é o ativo mais costuma fazer os olhos de investidores brilharem. As oportunidades nessa indústria, contudo, vão muito além da moeda digital mais conhecida, com opções que variam desde a negociação de obras de arte digitalizadas até o recebimento de juros em um sistema descentralizado de empréstimos. 

Antes de entrar nesta seara, é preciso esclarecer um ponto: a diferença entre criptoativos e criptomoedas. O primeiro diz respeito a um conjunto de opções que operam de forma criptografada por meio da tecnologia de blockchain — uma espécie de “livro-caixa” que registra virtualmente todas as transações.

Ativos criptografados também podem ser vistos como um guarda-chuva que mantém abaixo diversas oportunidades de investimentos, inclusive as criptomoedas. Ou seja, toda criptomoeda é um criptoativo, mas nem todo criptoativo é uma criptomoeda. 

Os principais criptoativos no mercado

NFTs

Os NFTs (Non Fungible Tokens) são um dos criptoativos que mais se popularizaram nos últimos meses, principalmente após a adesão de celebridades, como o jogador Neymar, o cantor pop Justin Bieber e os rappers Snoop Dogg e Jay-Z. 

Um Token não Fungível significa que o arquivo é único, ou seja, não há outro em todo o universo. Em uma equivalência ao mundo real, seria como o quadro “A noite estrelada”, de Van Gohg: podem existir réplicas e falsificações, mas há apenas uma tela pintada originalmente pelo artista holandês no fim do século 19. 

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E foi justamente pela compra e venda de imagens, como a coleção Bored Ape Yacht Club, que os NFTs ficaram conhecidos. Mas eles não se restringem a esse formato e também podem ser negociados em vídeo, áudio ou texto.

Apesar da modernidade digital, a forma de ganhar dinheiro segue um preceito bastante antigo: o investidor compra a peça na esperança de vendê-la no futuro por um preço mais elevado. 

DeFi

O sistema de finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês), também tem ganhado força entre os entusiastas dos ativos criptografados. O modelo se assemelha ao sistema financeiro tradicional, porém, vai no sentido oposto ao da centralização das operações em bancos e demais instituições financeiras. 

Com o uso da tecnologia blockchain, o DeFi oferece uma série de serviços transacionados em criptomoedas, principalmente o Ethereum (ETH), via protocolos digitais.

“Caso haja uma compra e o dinheiro não chegue, as instituições financeiras garantem o pagamento. No modelo DeFi, são os protocolos que fazem esse colateral”, explica Hugo Trombini, head de criptoativos da corretora Hurst Capital.

Esse ambiente descentralizado oferece oportunidades com conceitos parecidos aos do mercado tradicional. Protocolos de lending são uma das opções. O processo permite que os usuários cadastrem suas criptomoedas em um sistema de empréstimos sem intermediários e recebam juros com as negociações.

Também há formas de negociar por exchanges descentralizadas, conhecidas como DEX, que funcionam como uma bolsa de valores, sem a mediação de órgãos ou instituições financeiras. “A venda de ativos ocorre como se fossem ações. Conforme essa tecnologia cresce, ela se valoriza”, explica Trombini. 

Stablecoins

Há também opções em stablecoins, ou “moedas estáveis”. Essa categoria é bastante parecida com o mercado de criptomoedas. Mas, diferentemente do BTC ou do ETH, que não possuem lastro “oficial”, as stablecoins são baseadas em ativos “reais”, que vão de moedas emitidas por autoridades monetárias, como o dólar, a opções atreladas a commodities. 

Como começar a investir em criptoativos

Assim como nas diferentes categorias do mercado financeiro “tradicional”, o ambiente digital exige estudo e cautela, sobretudo aos que estão dando os primeiros passos. 

Lucas Passarini, analista de negócios da corretora Mercado Bitcoin, aconselha que os investidores iniciem com aportes pequenos até se habituarem aos movimentos dos ativos. “No começo, o investidor vai perder dinheiro, mas ele também vai entender qual a demanda de atenção necessária para essa rotina”, explica. 

A cautela de baixa exposição ao risco também deve estar alinhada aos objetivos e às expectativas. Os criptoativos são reconhecidos pela alta volatilidade e pelo potencial de multiplicar os investimentos em um breve espaço de tempo. Porém, o caminho inverso também pode ser trilhado, e em questão de dias ou horas grandes somas podem evaporar. 

Mesmo quem já está habitual ao ritmo vertiginoso das criptomoedas deve manter os pés no chão ao entrar no terreno de outros criptoativos, afirma Rafael Steinfield, da Steinfield Advogados. Apesar de pertencerem ao mesmo rol, os ativos possuem características distintas que demandam atenção.

“O mundo cripto muda todos os dias”, afirma. “NFTs e DeFi são mais complexos, e é preciso conhecimento para não cair em golpes ou ter a carteira hackeada.”

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