As Bolsas americanas e europeias tiveram um novo pregão de queda nesta terça-feira. O índice Dow Jones recuou 1,76% e o índice Nasdaq caiu 1,59%. No caso do S&P 500, a queda foi de 1,55%. O conflito entre Rússia e Ucrânia aumentou o temor em relação à inflação e ao crescimento econômico global, deixando os investidores mais avessos ao risco.
As perdas se intensificaram no final do pregão, após a Apple informou que interrompeu as vendas na Rússia.
Os investidores temem que o avanço desse conflito atrapalhe a recuperação da economia global e também piore a escalada da inflação.
Essa preocupação cresceu hoje com o avanço do preço do barril de petróleo. Os contratos de maior do barril do tipo Brent, o mais negociado, dispararam 8,21%, fechando a US$ 106,01.
O preço do óleo não cedeu mesmo com a informação de que a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) irá liberar 60 milhões de barris dos estoques emergenciais.
O sexto dia do conflito foi marcado pela intensificação dos ataques da Rússia à Ucrânia, que incluem uma ofensiva na cidade de Kharkiv e a derrubada de uma torre de TV na capital ucraniana.
Na Europa, o pregão também foi de perdas expressivas. Euro Stoxx 50, que reúne ações de empresas da zona do euro, caíram 4,04%. A bolsa de Frankfurt (Alemanha) recuou 3,85%. Já a Bolsa de Londres fechou com uma desvalorização de 1,72%.
B3 volta a operar amanhã
Os negócios no Brasil serão retomados amanhã, à partir das 13h. As operações estavam suspensas devido ao Carnaval.
A Bolsa brasileira deve refletir o mau humor dos mercados internacionais e o fortalecimento do dólar no exterior – o “dollar index” registrou alta de 0,66% nesta terça-feira.
Por outro lado, a pressão deve ser amenizada pelo desempenho da Petrobras. Os recibos de ações (ADRs, na sigla em inglês) da estatal negociados em Nova York operaram em alta durante todo o pregão.
Os papéis da Petrobras refletiram o aumento do preço do petróleo. As ADRs encerraram o pregão cotadas a R$ 14,68, alta de 2,73%. Na máxima, a cotação chegou a US$ 15,10.
Apesar dos ganhos com a Petrobras, o investidor deve ficar atento às incertezas causadas por esse conflito.
Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido já aplicaram sanções econômicas à Rússia como forma de pressionar o governo de Vladimir Putin. No entanto, os investidores ainda não conseguem mensurar os efeitos dessas sanções na economia global.
Entre as sanções, está a exclusão dos bancos russos do Swift – um sistema usado pelo setor bancário para fazer e receber pagamentos internacionais. A expectativa é que isso impeça as transações de boa parte do sistema bancário russo com o exterior. As medidas já fizeram com que na segunda-feira o governo russo anunciasse o aumento da taxa de juros no país de 9,5% para 20% ao ano.
Por outro lado, a Rússia é exportadora de produtos importantes, como trigo (maior exportador do mundo), fertilizantes e petróleo (o terceiro maior produtor do mundo), o que pode prejudicar as cadeias de consumo e elevar o custo dos produtos.