Após um início de semana ruim e de uma recuperação ontem, as bolsas internacionais operam perto da estabilidade, à espera de indicadores e eventos que possam esclarecer a trajetória mais provável da política monetária dos Estados Unidos.
No início da semana, o mercado estava preocupado com a sinalização do banco central americano de que poderia elevar os juros e, simultaneamente, permitir que o balanço da instituição diminuísse. Isso equivaleria a uma dupla remoção de estímulos à economia na tentativa de conter a inflação nos Estados Unidos, que em 2021 atingiu o maior nível em 40 anos.
Na terça-feira, porém, o presidente do banco central do país, Jerome Powell, indicou que a redução do balanço, se começar este ano, aconteceria apenas no segundo semestre, o que trouxe alívio para os investidores e resultou em avanços nos mercados mundiais de ações.
Hoje, os investidores voltaram a ficar cautelosos, à espera de dados sobre a inflação ao produtor dos Estados Unidos – que saem às 10h30 e podem confirmar os primeiros sinais de desaceleração da inflação no país – e da sabatina de Lael Brainard, indicada para ocupar a vice-presidência do banco central americano.
“Como é muito provável que ela se torne vice-presidente, os mercados estão muito interessados na visão dela sobre política monetária e se ela acredita em 3 a 4 altas de juros neste ano” e no início da redução do balanço do banco central, disse o Danske Bank em um relatório.
Por volta das 9h30 (de Brasília), os contratos futuros nos Estados Unidos apontavam para uma abertura de mercado perto da estabilidade. Dow Jones subia 0,10%, enquanto S&P 500 e Nasdaq tinham alta de 0,03% cada. No Velho Continente, o índice EuroStoxx 50 caía 0,08%
A pandemia permanece no radar do mercado. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os casos semanais atingiram recorde de 15 milhões globalmente com o rápido avanço da variante Ômicron do coronavírus, o causador da Covid-19. O governo norte-americano declarou que pretende acelerar a disponibilidade de novos tratamentos para a Covid-19, como o Paxlovid, da Pfizer.
Ontem, o relatório ‘Livro Bege’, do banco central dos Estados Unidos, apontou que a economia do país cresceu a um ritmo modesto nas últimas semanas de 2021, apesar de recuos nos segmentos de lazer, viagens, hospedagem e alimentação por causa do avanço da Ômicron.
O número de hospitalizações com casos confirmados de Covid-19 ultrapassou 140 mil pessoas nessa semana, superando o pico registrado no último inverno. Em contrapartida, estudos preliminares do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos apontam que pessoas hospitalizadas com a Ômicron costumam permanecer cerca de 1,5 dias no hospital, uma duração média inferior aos 5 dias das outras variantes.