As bolsas internacionais operam sem direção única. Na Europa, elas caem depois de dados mostrarem que a inflação anual da zona do euro acelerou para 5% em dezembro. Nos Estados Unidos, os contratos futuros dos principais índices acionários sobem, recuperando-se levemente da queda brusca nos últimos pregões enquanto investidores aguardam dados sobre o mercado de trabalho americano.
Na quarta-feira, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, indicou que poderia remover liquidez do sistema financeiro em duas frentes – via alta de juros e redução do próprio balanço. A notícia enviou uma onda de choque negativa sobre os mercados mundiais, já que a medida significaria um fim mais rápido do período de dólar barato e amplamente disponível.
A postura mais dura do Federal Reserve é uma reação à inflação dos Estados Unidos, que em novembro atingiu o maior nível desde a década de 1980. Hoje, dados da zona do euro mostraram que a inflação por lá acelerou para níveis também elevados, gerando receios de que o Banco Central Europeu (BCE), que controla a política monetária no bloco, também ficará mais austero.
Este cenário pesou sobre as bolsas da Europa, com o índice Euro Stoxx 600, que reúne ações de empresas de 17 países europeus, recuava 0,31%, a 486,67 pontos.
Nos Estados Unidos, onde os principais índices acionários caíram cerca de 1,5% neste ano, principalmente por causa da sinalização do Federal Reserve, os contratos futuros destes índices apontam uma abertura perto da estabilidade, mas em alta, em sua maioria, à espera de dados sobre o mercado de trabalho do país, que serão publicados às 10h30.
Os analistas esperam que o relatório – conhecido como “payroll” – aponte criação de 450 mil empregos em dezembro, além de uma taxa de desemprego de 4,1% e um crescimento mensal de 0,4% nos salários médios por hora, segundo o ING.
O banco destacou em relatório que, diante do cenário atual de maior preocupação com a inflação por parte dos bancos centrais, os números mais importantes para acompanhar serão a taxa de desemprego e a variação dos salários, que são usados como indicadores de inflação futura. Quanto menor o desemprego e maiores as altas nos salários, mais chances de os preços continuarem elevados.