Nesses dias de baixa liquidez nos negócios e agenda esvaziada no exterior, os investidores acabam se norteando mais pelos indicadores e fatos domésticos. Nesta quarta, dia 29, o mercado ficará de olho em dados de inflação e também na mobilização dos servidores públicos por reajustes salariais, movimento que pode comprometer ainda mais a situação das contas públicas.
Às 8h, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulga como se comportou o IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) de dezembro e, consequentemente, o índice do ano todo. Após uma quase estabilidade em novembro, a expectativa do mercado é que o indicador suba com mais força neste mês.
Os olhos estarão voltados também para uma assembleia de servidores públicos federais que foi marcada para as 10h30. Após reajuste de R$ 1,7 bilhão concedido somente aos policiais federais, outras categorias do funcionalismo, como os auditores fiscais, reagiram –no caso da Receita, já foi adotada operação padrão em aeroportos e outras alfândegas como forma de pressão sobre o governo.
O temor é que, se o governo for fazendo exceções aqui e ali, acabe tendo que conceder reajustes a todo o funcionalismo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, vem alertando o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros sobre esse risco, que teria forte impacto sobre as contas públicas. De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, ele fez uma comparação com o desastre de Brumadinho. “Temos que ficar firmes. Sem isso, é Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos até explodir barragem e morrerem todos na lama”.
Estoques de petróleo e resultado primário
O mercado acompanha ainda a divulgação dos estoques atualizados de petróleo bruto pelos Estados Unidos, às 12h30. Esse é um dado que tem potencial de mexer com a cotação da commodity e, eventualmente, com as ações da Petrobras.
Às 14h30, o Tesouro Nacional informa o resultado primário do governo em novembro –a expectativa é que a arrecadação recorde do mês permita um superávit.