WEG (WEGE3) tem lucro 23,5% maior no 1º trimestre; receita avança com “boa” demanda industrial

A WEG (WEGE3), atuante no setor de bens de capital com soluções em máquinas elétricas, automação e tintas, divulgou seu balanço relativo ao primeiro trimestre deste ano. A companhia afirmou que a melhora no desempenho deveu-se a vendas de produtos de maior valor agregado e ao fato de ter aproveitado a crescente busca por fontes de geração de energia renovável.

O lucro líquido da WEG avançou 23,5% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2021, para R$ 943 milhões. O resultado, porém, veio abaixo dos R$ 960 milhões projetados pela XP. A receita líquida aumentou 34,5% na mesma base de comparação, para R$ 6,8 bilhões.

Neste caso, o resultado ficou acima dos R$ 6,5 bilhões projetados pela XP para o indicador. Na visão dos analistas da corretora, a receita do período seria impulsionada por um cenário de demanda positiva para produtos de ciclo curto, construção sólida da carteira de pedidos nos últimos anos para produtos de ciclo longo e por uma valorização da média do real de 5% entre os períodos analisados.

Em relação à receita, a WEG atribuiu a alta a uma “crescente busca por fontes de geração de energia renovável e uma boa demanda industrial”.” Tanto nos negócios de ciclo curto, com destaque para geração solar distribuída, como também nos negócios de ciclo longo, com foco principal na geração eólica”, informou a companhia.

O resultado da receita era esperado pela Genial Investimentos. Em relatório publicado no início desta semana, a corretora afirmou que projetava um destaque positivo com o segmento de energia no mercado interno. “Nesse ramo, os ventos seguem favoráveis, tanto para produtos de ciclo curto quanto para os produtos de ciclo longo relacionados a geração e transmissão”, apontou a Genial.

A receita vinda do mercado interno teve alta de 48,1%, para R$ 3,47 bilhões. O montante obtido no mercado externo medida em reais subiu 22,8%, para R$ 3,35 bilhões, enquanto o medido em dólares aumentou 29,4%, para US$ 644 milhões. 

“A receita do mercado externo em reais foi impactada pela variação do dólar norte-americano médio, que passou de R$ 5,48 no primeiro trimestre do ano passado para R$ 5,23 no mesmo período deste ano, com desvalorização de 4,6% sobre o real”, comentou a empresa.

No comparativo direto com o quarto trimestre do ano passado, a receita em dólares apontou uma queda de 1,3%. Esse recuo estava na previsão da Genial Investimentos. Segundo a corretora, o desempenho no mercado externo poderia “vir pior em termos de margem em decorrência do cenário de inflação desafiador em todas as regiões de atuação”.

No balanço, a WEG destacou que, no mercado externo, a atividade industrial continua aquecida, principalmente nas vendas de equipamentos industriais para segmentos importantes como óleo e gás, mineração e papel e celulose.

“Apresentamos crescimento de receita nos nossos principais mercados de atuação, fruto de nossa boa disponibilidade de produtos e capacidade de atender as necessidades de nossos clientes”, acrescentou a companhia.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da WEG cresceu 21,3% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 1,2 bilhão.  Por outro lado, a margem Ebitda de 18,1% foi 1,9 ponto percentual menor do que no primeiro trimestre do ano passado.

A XP projetava o Ebitda de R$ 1,1 bilhão, em linha com os resultados apresentados pela WEG, e esperava uma margem de cerca de 17% no período.

De janeiro até março de 2022, o ROIC (retorno sobre o capital investido) da WEG atingiu 29,7% nos três primeiros meses deste ano, crescimento de 1,5 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre do ano passado.