As vendas no varejo caíram 0,8% em julho na comparação com junho. Foi o terceiro mês seguido de retração, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quarta-feira (14).
Na comparação com julho de 2021, o comércio tombou 5,2%. Desde janeiro, o setor cresceu 0,4%, enquanto no acumulado de 12 meses, o segmento tem queda de 1,8%.
Os dados vieram piores do que o esperado pelo mercado. O consenso Refinitiv projetava alta de 0,3% no mês e queda de 3,5% em base anual.
O mês de abril foi o último com crescimento no setor. Desde então, o comércio registra recuo de 2,7%. O comportamento deixa o varejo praticamente no mesmo nível pré-pandemia, com pequena alta de 0,5%. “O setor repete a trajetória que vem acontecendo desde março de 2020, com alta volatilidade”, explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
O resultado vai na contramão do desempenho de outros segmentos da economia pesquisados pelo IBGE. O setor de serviços surpreendeu positivamente ao crescer 1,1% em julho, enquanto a indústria registrou alta de 0,6%.
Das 10 categorias observadas pelo IBGE, nove registraram queda em julho, contando com o varejo ampliado. A única alta foi registrada no setor de Combustíveis e lubrificantes (12,2%), impactado pelos recentes cortes nos preços desses produtos após a intervenção do governo na retirada de impostos.
Tecidos, vestuário e calçados lideraram o resultado negativo com retração de 17,1%. “Algumas das grandes cadeias comerciais apresentaram redução na receita, sobretudo na parte de calçados. Além disso, pode haver também escolhas do consumidor, considerando a redução da capacidade do consumo atual”, afirma o pesquisador.
As demais quedas foram em Móveis e eletrodomésticos (-3,0%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%), Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-1,5%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,6%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%). O segmento ampliado também teve queda em Veículos e motos, partes e peças (-2,7%) e Material de construção (-2,0%).