Depois de um resultado positivo no primeiro trimestre de 2021, a Vale (VALE3) considera separar sua unidade de metais básicos e criar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) só para ela.
A ideia surge quando a demanda pela matéria-prima da mineradora é alavancada em meio a um mercado de transição energética muito forte. Com isso, se agregaria valor a esse braço do negócio da empresa.
O presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo, afirmou que a Vale sempre olha as opções que estão ao seu alcance e que, atualmente, a empresa já trabalha em um rearranjo de ativos, melhoria da produtividade e reposição de capacidade.
Uma das maiores produtoras globais de metais básicos, como níquel e cobre, a Vale atende indústrias de energia renovável e montadoras de carros elétricos com esses materiais, que são matérias-primas essenciais para a fabricação de baterias e outros componentes.
Os estudos sobre a cisão acontecem após a empresa concluir compromissos importantes para as reparações e indenizações relacionadas ao rompimento de barragens em Minas Gerais nos últimos anos.
Para Bartolomeo, a mineradora é uma das poucas empresas ESG com um “portfólio muito forte de produtos de todos os níveis e de todas as dimensões ligados ao carro elétrico.”
A empresa chegou a avaliar em 2014 a realização de uma cisão da unidade de metais básicos para realizar um IPO, mas o tema perdeu força após o rompimento de barragem da Samarco – joint venture da Vale com a anglo-australiana BHP–, em novembro de 2015.
O vice-presidente-executivo de Metais Básicos, Mark Travers, ressaltou que a Vale tem hoje melhor “fundação” e “narrativa” para a realização da cisão do que tinha em 2014.
*com informações da Reuters. Foto: Vale/ Reprodução