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Totvs (TOTS3) aposta em aceleração do crescimento da receita em 2022

Adição de receitas recorrentes anualizadas cria potencial para os próximos trimestres

Foto: Divulgação

Após terminar 2021 com uma receita líquida recorde de R$ 3,16 bilhões, a Totvs (TOTS3) acredita que o faturamento da empresa continuará crescendo em 2022, e em ritmo mais acentuado que no ano passado, conforme alcança mais clientes e eleva o volume de receitas recorrentes, de acordo com o CEO da companhia, Dennis Herszkowics.

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No quarto trimestre do ano passado, a receita recorrente da Totvs aumentou 37,2%, para R$ 697 milhões. Em termos anualizados (ARR, na sigla em inglês), ela cresceu 38,5%, para R$ 3,1 bilhões.

Só nos últimos três meses do ano passado, foram somados R$ 255 milhões à ARR, adição três vezes maior que um ano antes – o que, para Herszkowics, é um bom presságio para os resultados deste ano. sinaliza crescimento de receitas recorrentes para 2022.

“Há uma boa possibilidade de a receita recorrente acelerar ainda mais. O fato de termos batido esse número na adição de AAR é uma ótima sinalização de que devemos ter um ano de 2022 bom. Temos boas expectativas neste momento”, afirmou o CEO.

Além do aumento da receita como um todo, a gestão da Totvs destaca o crescimento de suas novas linhas de negócios, business performance e techfin, que passaram a corresponder a 15,9% do total do faturamento no quarto trimestre de 2021, ante 9,4% no mesmo período do ano anterior.

Crescimento em todas as linhas de negócio

A receita do segmento de gestão cresceu a um ritmo recorde de 24%, para R$ 629 milhões, impulsionada principalmente por softwares por assinatura. O destaque desta dimensão de negócios, de acordo com a companhia, foi a adição recorde de ARR, de 27%, impulsionada pela alta nos volumes e nos preços – o que, na visão da empresa, mostra a força de seu time de vendas e a resiliência do modelo de negócios.

A análise da companhia é que este mercado ainda não atingiu maturidade e segue em expansão, o que é evidenciado pelo fato de 30% da contratação dos serviços de software ter vindo de novos clientes, mesmo com a liderança da Totvs no mercado.

O negócio de business performance teve crescimento orgânico de 35% em sua receita, para R$ 68,6 milhões, puxada principalmente pela RD Station, empresa adquirida pela Totvs ano passado. A ARR do segmento teve crescimento de 97,7%, devido principalmente ao software de CRM da RD Station, cujo ARR cresceu 112% com maior retenção de clientes.

O CRM será o primeiro produto da RD a utilizar a máquina de vendas da Totvs, o que deve ocorrer neste ano – até agora, todas as vendas eram realizadas separadamente. Isso, segundo Herszkowics, significa que há possibilidade de a contribuição deste produto dentro do resultado crescer cada vez mais.

A gestão da Totvs enxerga um alto potencial de geração de valor nessa linha de negócios, que deve seguir sendo uma grande aposta da empresa, com foco na expansão do digital commerce e na manutenção de um modelo leve em ativos, que impulsiona o crescimento do total de vendas e das tarifas.

Já no braço de techfin, a receita teve crescimento de 48%, para R$ 61,6 milhões, acompanhada de uma expansão de 36% na produção de crédito, para R$ 2,6 bilhões, ao mesmo tempo em que a inadimplência foi mantida a níveis inferiores à média do Brasil – o que, segundo o CEO, comprova a disciplina na concessão de crédito.

O destaque do segmento no trimestre foi a integração com a Supplier, financeira adquirida no fim de 2019, o que permitiu a ativação de um número três vezes maior de clientes.

Nesse segmento, a Totvs pretende se tornar a principal plataforma financeira para as pequenas e médias empresas, por meio da expansão do portfólio de produtos e de serviços com fácil acesso. “O que posso dizer é que estamos no começo. Nossa ambição é ser significativamente maior do que somos hoje”, diz Dennis Herszkowics.

Como o mercado enxergou os resultados?

Na visão de analistas, de acordo com relatórios publicados nesta quinta-feira, o grande destaque do balanço foram as receitas recorrentes, que saltaram em relação ao terceiro trimestre, quando tinham atingido um recorde.

As receitas recorrentes ficaram 21% acima da projeção do Bank of America (BofA). O banco chama atenção ainda para a taxa de rotatividade de clientes (churn), que permanece sob controle, e a aceleração do Software como Serviço (SaaS, na sigla em inglês), que mostra que a empresa está atingindo clientes menores, o que o BofA considera uma oportunidade chave.

Para os analistas do BTG Pactual Digital, os resultados reforçam sua postura positiva em relação à Totvs. “A empresa tem um negócio principal que está crescendo bem, oportunidades únicas de vendas cruzadas e grandes perspectivas em serviços financeiros”, disseram em relatório.

Com custos aumentando a um ritmo mais lento do que as receitas, diz a equipe da XP Investimentos, o Ebitda da Totvs cresceu 32,3% no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, superando as estimativas da corretora em cerca de 3%.

O Ebitda ficou 10% acima da projeção da Safra Corretora, “refletindo uma melhora no mix, eficiência no controle de custos e menores provisões”, diz o banco.

O que esperar para as ações?

Depois da divulgação dos resultados, a equipe de analistas do BofA reiterou sua recomendação de compra para a ação da Totvs, sua favorita do setor de tecnologia, com preço-alvo de R$ 42, o que representa alta de 38% em relação ao preço do fechamento da última quarta-feira (16), de R$ 30,45.

Os principais motivos para a tese de investimento do BofA são as oportunidades de alto crescimento nos três segmentos de negócio, oportunidades de aquisições, e o preço relativamente atrativo da ação.

O BTG Pactual Digital também indica compra para o papel, que considera um nome defensivo para proteção contra a inflação e a potencial deterioração da atividade econômica, e fixa seu preço-alvo em R$ 45 – potencial de alta de 48%.

A recomendação da Safra Corretora também é de compra, e o preço-alvo de R$ 37 (upside de 22%). Os analistas do Safra acreditam que a empresa está preparada para manter o bom ritmo e que deve se beneficiar de sua posição de liderança em um mercado pouco penetrado.

A XP também recomenda a compra do ativo, com preço-alvo de R$ 48 – ou seja, acredita em valorização de 58% para a ação.

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