A construtora Tenda (TEND3) registrou um prejuízo líquido de R$ 210,4 milhões no terceiro trimestre deste ano. Nos meses equivalentes em 2021, havia anotado um lucro líquido de R$ 6,4 milhões.
“A combinação de inflação recente elevada e cenário de crédito mais restritivo vem impactando o poder de compra das famílias”, afirma a Tenda em balanço divulgado na noite de quinta-feira (4).
O prejuízo veio um pouco acima do esperado pela XP, que projetava um resultado negativo de R$ 203 milhões.
O Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Tenda ficou negativo em R$ 121,9 milhões entre julho e setembor, revertendo o Ebitda positivo em R$ 48,6 milhões de igual período em 2021.
O cenário inflacionário citado pela Tenda acabou pressionando a inadimplência da empresa, que atingiu R$ 47 milhões no período. De acordo com a construtora, o valor foi R$16 milhões acima do patamar esperado para o trimestre.
“Temos iniciativas em cobrança visando retomar patamares mais saudáveis, alinhados ao histórico da companhia, mas aqui também dependemos do contexto macro de renda disponível das famílias”, informa a empresa.
A inadimplência elevada pressionou a receita da companhia, que recuou 20,5% na comparação anual, atingindo os R$ 573,2 milhões. O indicador, contudo, ficou acima dos R$ 554 milhões projetados pela XP.
Esse cenário fez com que a dívida líquida da empresa subisse 164% na comparação com 2021, atingindo os R$ 768,9 milhões ao final de setembro.
Números operacionais da Tenda
A construtora fez cinco lançamentos, que geraram um valor geral de vendas (VGV) de R$ 376,2 milhões, 41,6% menor que o registrado no terceiro trimestre de 2021, quando a companhia colocou no mercado 12 novos empreendimentos.
O VGV repassado entre julho e setembro deste ano foi de R$ 562,9 milhões, o que mostra uma queda de 22,6% na comparação anual.
Já as vendas líquidas da Tenda totalizaram R$ 514 milhões, um recuo de 33,8% frente o mesmo período do ano passado, com um preço médio de R$ 188 mil.