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Suzano (SUZB3) entra no lugar de PetroRio (PRIO3) nas ações mais indicadas para julho; veja “top 5”

Quatro dos cinco papéis mais recomendados por analistas para junho seguem escolhidos para o mês corrente

Foto: Shutterstock

(Esta matéria foi alterada às 11h45 do dia 04/07/2022 para corrigir a informação no título que dizia que a Multiplan havia entrado na carteira de julho.)

O semestre pode ter mudado, mas as ações preferidas dos analistas continuam as mesmas. De acordo com carteiras recomendadas de 14 corretoras consultadas pela Agência TradeMap, a Vale (VALE3) é o papel mais indicado para o mês de julho – posição que ocupa desde o início do ano.

A mineradora, porém, não foi a única a manter seu lugar no pódio: das cinco ações mais recomendadas do mês passado, quatro continuam na carteira para julho. A única mudança foi a entrada de Suzano (SUZB3), que passa a compor o top cinco, junto de Itaú (ITUB4), Petrobras (PETR4) e a Multiplan (MULT3).

A manutenção de tantos nomes ligados às commodities pode surpreender, considerando o contexto de volatilidade nos preços das matérias-primas trazida pela política de zero Covid-19 na China, que vem criando temores sobre o desempenho da economia da gigante asiática, maior consumidora de insumos do planeta.

Apesar disso, a equipe de analistas do BB Investimento mantém sua inclinação para o segmento. “Em nossa opinião, os patamares atuais de preço internacionais dos insumos serão refletidos em resultados robustos para as empresas, que foram capturados nos resultados do primeiro trimestre e devem continuar no segundo trimestre”, afirmam.

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Por outro lado, a Genial Investimentos reduziu suas posições em empresas ligadas a commodities, acreditando que as flexibilizações anunciadas pela China nas últimas semanas não devem se refletir com consistência nos preços das commodities.

A Mirae Asset, por sua vez, apresenta um meio termo: “Em nossa visão, o movimento de forte alta nos preços das commodities, principalmente petróleo, celulose, minério de ferro e proteína animal, tende a continuar em julho, mas sem a força vista nos meses anteriores, decorrente da sinalização de desaquecimento da atividade em grande parte dos países.”

O BB-BI aponta que, devido ao cenário de inflação e alta nas taxas de juros, se mantém “parcialmente afastado” das companhias ligadas à tese de crescimento da economia, “dada a pressão sobre margens que essas empresas enfrentam no curto prazo, bem como a menor visibilidade em relação aos resultados de longo prazo”, explicam.

Confira os cinco papéis mais indicados para julho.

Ação Número de indicações Variação em junho Variação no ano
Vale (VALE3) 12  -11,19% +1,93%
Suzano (SUZB3) 9 -7,12% -14,64%
Itaú (ITUB4) 8 -13,29% +5,72%
Petrobras (PETR4) 8 -7,09% +16,72%
Multiplan (MULT3) 7 -8,02% +26,97%
Fontes: BB Investimentos, BTG Pactual, Elite Corretora, Genial Investimentos, Guide, Mirae, Warren, Órama, Safra Corretora, Santander Corretora, PagBank, Ativa Investimentos, Toro Investimentos e Itaú BBA

A variação de junho e do ano foram ajustadas por proventos distribuídos, de acordo com os dados da plataforma TradeMap. Além disso, vale ressaltar que a periodicidade na distribuição de proventos muda entre as companhias, o que pode explicar as variações.

Reabertura da China favorece a Vale

Recomendada por 12 das 14 corretoras consultadas, a Vale agora deve se beneficiar da reabertura e a reaceleração da economia chinesa esperada para os próximos meses, segundo o BTG Pactual, depois dos lockdowns agressivos das últimas semanas.

Nesse contexto, a expectativa do BTG é que o equilíbrio entre oferta e demanda de minério de ferro fique mais apertado, e que os altos níveis de produção de aço na China sigam sustentando os preços da commodity no curto prazo.

Para um período mais longo, a Órama enxerga estímulos por meio de reformas de infraestrutura nas economias desenvolvidas, o que deve aumentar a demanda. Como a Vale tem algumas plantas paradas, deve ser capaz de aumentar sua produção em um cenário de aumento de demanda, avalia a corretora.

A Safra Corretora, um pouco mais cautelosa em relação aos preços do minério e ao nível de crescimento na China, recomenda o papel por acreditar que a companhia deve continuar a gerar um fluxo de caixa sólido e manter níveis atrativos de remuneração a acionistas.

Neste sentido, o BTG destaca a disciplina na alocação de capital da companhia, o que permite pagamentos robustos aos acionistas. No acumulado do ano, o banco projeta um dividend yield de 15%.

“Em nossa opinião, a recente correção das ações da Vale precificou rapidamente uma deterioração nos fundamentos (com o desconto para os pares globais retornando a quase 22%), o que fornece um ponto de entrada atraente para a nossa tese de minério de ferro mais forte por mais tempo”, resume a Santander Corretora.

Dólar e aumento de preços beneficiam a Suzano

A Suzano deve se beneficiar de uma tendência parecida com a que vem jogando a favor da Vale, na visão de analistas do BB-BI, que passaram a recomendar a ação neste mês.

Para o banco, o cenário de oferta apertada e demanda resiliente, que vem permitindo reajustes de preços pela Suzano, deve continuar no curto prazo. Além disso, dizem os analistas, o dólar em patamares elevados impulsiona as receitas da companhia.

A Elite Investimentos complementa que, mesmo que a Suzano não consiga elevar os preços, o fato de a companhia ser uma das produtoras de papel e celulose mais eficientes do mundo garante a rentabilidade do seu negócio.

A alta nos preços da celulose e no dólar em relação ao real, dizem analistas da Santander Corretora, devem garantir uma forte geração de caixa para a companhia e, consequentemente, a redução do seu endividamento, abrindo espaço para novos investimentos.

“Mesmo com os altos preços da celulose e com o dólar em patamares elevados, as ações da Suzano ainda não refletem esses pontos positivos, dando a ela um bom potencial de valorização”, concluem os analistas do PagBank.

Crédito e a normalização gradual da inadimplência jogam a favor do Itaú

A solidez nos volumes de crédito, a expansão da margem financeira de crédito e a normalização gradual da inadimplência são pontos que jogam a favor do Itaú, diz a Safra Corretora, que acredita que o banco será capaz de atingir todas as suas projeções para o ano.

A estratégia de concessão de crédito do banco também o torna uma boa opção para este momento.

“O Itaú é conhecido por ser o banco mais conservador em momentos de incerteza econômica, mantendo o risco da sua carteira de crédito em níveis saudáveis e realizando grandes provisões para devedores duvidosos”, afirma o PagBank. “Apesar de o impacto negativo que essas provisões causam nos resultados de curto prazo, entendemos que esse caráter mais defensivo é positivo para o momento macroeconômico atual”, completam os analistas.

A Santander Corretora acrescenta ainda que sua estratégia phygital, que busca integrar agências físicas e serviços digitais, é outro diferencial do banco em relação a seus pares.

Expectativa com Petrobras é pelo alto potencial de pagamento de dividendos

Mesmo com os riscos políticos crescentes e com variações nos preços das commodities no radar, o BB-BI optou por incluir as ações da Petrobras em sua carteira de julho, depois de deixá-las de fora das recomendações do mês passado, tendo como base as boas perspectivas de aumento na produção, o alto potencial de dividendos e os múltiplos atrativos.

Em relação aos riscos políticos, a opinião dos analistas do banco é que “a estrutura de governança da companhia, em conjunto com as definições da atual lei das estatais protege os investidores de eventuais mudanças que possam ser desfavoráveis aos minoritários, notadamente na política de preços”.

Outra instituição que incluiu a Petrobras na carteira foi o BTG Pactual, que acredita que a pressão política sobre a empresa pode diminuir, mesmo que, por um curto período, seguindo a mudança de CEO e o corte de impostos sobre os combustíveis.

“Combinado com a expectativa de um anúncio de pagamento de dividendos adicionais nas próximas semanas, isso suporta uma postura mais otimista sobre a tese de investimento em relação ao restante do mercado”, dizem os analistas do BTG, apontando que os fundamentos da companhia podem superar o ruído político.

A Safra Corretora aponta ainda o processo de redução de endividamento, a nova política de dividendos, o foco em ativos com maiores retornos e os níveis atuais do preço do petróleo como fatores que devem beneficiar a companhia.

Experiência no negócio ajuda a Multiplan

Na análise da Safra Corretora, que passou a recomendar a ação neste mês, o preço das ações da Multiplan deve ser apoiado pelas boas perspectivas para os resultados nos próximos trimestres.

Na visão da instituição financeira, a normalização do comércio com o fim dos lockdowns impostos durante a pandemia de Covid-19 deve agir como catalisador para a ação. “Adicionalmente, optamos por esta companhia com mais experiência e menor risco do mercado de shoppings”, dizem os analistas.

Além disso, aponta a Guide Investimentos, o período pandêmico permitiu que a companhia revisse sua estratégia e investisse mais em digital e omnicanalidade, o que deve ser benéfico no longo prazo, uma vez que diversifica os canais de compra e aumenta a fidelização dos clientes.

Ainda durante a pandemia, a administradora de shoppings provou seu alto poder de barganha com os lojistas e a resiliência de seu portfólio. “A Multiplan possui um track-record de resiliência ao atravessar momentos de crise, o que consideramos crucial para o momento de instabilidade macroeconômica observado no país”, completam os analistas da Ativa Investimentos.

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