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Stone (STOC31): ação despenca 24% após rentabilidade ficar abaixo do esperado no 2º trimestre

Recuperação está demorando mais do que o esperado, segundo analistas do BTG

Foto: Divulgação

Ainda que os resultados da Stone (STOC31) no segundo trimestre tenham ficado em linha com as expectativas do mercado, a rentabilidade da companhia de adquirência, ainda pressionada depois de problemas com concessão de crédito no ano passado, segue abaixo do esperado, na visão do BTG Pactual.

Neste sentido, o mercado parece ter recebido mal os números da empresa. Por volta das 13h45 desta sexta-feira (19), um dia depois da divulgação dos resultados, a ação da Stone, negociada em Nova York, tinha baixa de 24,44%, a US$ 8,81. Seus BDRs, listados na Bolsa brasileira, despencavam 24,02%, a R$ 45,93.

“Ainda que os números tenham continuado a se recuperar do difícil quarto trimestre de 2021, nossa sensação é que a rentabilidade ainda está ficando abaixo das expectativas”, escreveram Eduardo Rosman, Thiago Paura e Ricardo Buchpiguel, analistas do BTG Pactual, em relatório distribuído nesta sexta. A margem líquida ajustada da Stone ficou em 3,3%, contra 2,5% no primeiro trimestre.

De uma maneira geral, porém, os números reportados pela companhia ficaram em linha com as expectativas do mercado. O lucro líquido ajustado foi de R$ 76,5 milhões, em linha com a projeção do BBA, segundo relatório assinado pelos analistas Pedro Leduc, William Barranjard e Mateus Raffaelli.

Para o BTG, porém, a principal razão para o lucro ter vindo em linha com as expectativas do mercado foi o resultado financeiro da companhia, que não considera as stock options concedidas a funcionários – algo que o banco enxerga como recorrente e que ficou em R$ 31 milhões, mais de duas vezes maior do que no trimestre anterior. Quando esse fator é colocado na conta, o lucro recorrente fica em R$ 47 milhões, nos cálculos do BTG, 28% abaixo do esperado pelo banco (R$ 65 milhões).

O EBT (lucro antes de impostos) ajustado, por sua vez, ficou 8% acima da estimativa do BBA, em R$ 107 milhões.

O valor total dos pagamentos processados pela Stone (TPV) somou R$ 91 milhões, alta de 50% em relação ao segundo trimestre de 2021. Já a receita subiu 11% na comparação trimestral, para R$ 2,304 bilhões, devido a volumes melhores e uma take rate (tarifas de cada transação) levemente mais alta, segundo o BBA.

Os custos e despesas, por sua vez, cresceram menos do que a receita, fazendo com que as margens melhorassem. “A companhia reportou uma melhoria sequencial no custo dos serviços e nas despesas com vendas, devido a despesas menores com data center e depreciação e amortização, assim como despesas de marketing mais normalizadas, o que vemos com bons olhos”, afirmou o BBA.

As despesas financeiras, porém, tiveram alta de 35%, refletindo o aumento na taxa Selic, a maior proporção de pré-pagamentos no mix e a maior duração das linhas de financiamento.

Daqui para frente

Além dos resultados, a Stone também divulgou suas projeções para o terceiro trimestre, que, na visão do BBA, sugerem desaceleração no crescimento de volumes, mas aceleração em ganhos de eficiência. A companhia espera entregar receita de pelo menos R$ 2,4 bilhões, TPV de R$ 73,5 bilhões e EBT acima de R$ 125 milhões.

Ainda, durante a teleconferência de resultados, ressalta o BTG, o CEO da Stone, Thiago Piau, afirmou que a companhia está mais focada em rentabilidade agora do que há alguns trimestres, e deve se beneficiar de um mercado mais racional, da expansão de sua plataforma de serviços bancários e de ganhos de eficiência em custos e despesas.

O BBA acrescenta que os movimentos de reprecificação praticados nos últimos meses devem ajudar o resultado da companhia no terceiro trimestre. Apesar de também esperar efeitos de reprecificação, assim como expansão de receita, que devem apoiar a margem Ebitda, o BTG acredita que a taxa Selic mais alta deve impactar as despesas financeiras e, consequentemente, o crescimento da margem líquida.

“De acordo com o guidance para o terceiro trimestre e a mensagem do CEO, a rentabilidade agora é o principal objetivo, então esperamos resultados melhores nos próximos trimestres. Mas as melhorias parecem estar vindo mais devagar do que o esperado”, concluem os analistas do banco.

Depois da divulgação dos resultados, tanto o BBA quanto o BTG reiteraram sua classificação neutra para a ação, ambos com preços-alvo de US$ 11, o que corresponde a baixa de 6% em relação ao valor do papel no fechamento de quinta-feira (18), de US$ 11,66.

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