Quando a banda Green Day pediu para só ser acordada quando setembro terminasse, não estava falando sobre mercado financeiro. Quem investe em ações dos Estados Unidos pode querer pegar o verso emprestado.
Segundo levantamento da corretora LPL Financial, setembro é historicamente o mês em que as bolsas dos Estados Unidos apresentam o pior desempenho.
Se considerados os resultados desde 1950, o índice S&P 500 cai em média 0,54% em setembro – variação mais negativa que nos outros 11 meses. Em janelas menores, a maldição também se confirma.
Ao longo dos últimos 20 anos, a queda média do S&P 500 é de 0,60% neste mês. Janeiro e junho vêm em seguida no ranking, com perdas de 0,28% e 0,38%, respectivamente. Olhando apenas os últimos 10 anos, setembro é o único mês em que o S&P 500 registra queda – de 0,35%, em média.
A LPL Financial ressalta que neste ano a situação deve se repetir, principalmente por causa da perspectiva de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, continuará aumentando os juros a um ritmo de 0,75 ponto porcentual no dia 21.
Além disso, o ritmo “frustrantemente lento” com que a inflação está desacelerando pode continuar a pesar sobre as ações”, a crise de energia na Europa está piorando e as restrições ao funcionamento da economia da China para conter a disseminação da Covid-19 continuam, acrescentou.
“Esta não é uma mensagem muito otimista, mas considerem que outubro está bem ali, e que é um dos melhores meses do ano para as ações”, disse a LPL Financial. Segundo a corretora, isso é ainda mais verdadeiro nos anos em que há eleições legislativas nos EUA – como é o caso de 2022.
Nestes casos, o ganho médio do índice S&P 500 nos três meses finais do ano são de 2,7% em outubro, 2,6% em novembro e 1,2% em dezembro.