Pressionada pelo aumento dos custos de produção agrícola, a São Martinho (SMTO3) divulgou que seu lucro líquido recuou 42,3% no período de julho a setembro – o segundo trimestre do ano-safra 2022/23 – em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 212,6 milhões.
O CPV (Custo dos Produtos Vendidos) subiu 24,4% na comparação anual, atingindo R$ 688 milhões no trimestre, como reflexo da queda na produção (que reduziu a diluição dos custos fixos) e do aumento nos preços do diesel e de outros insumos usados pela companhia, como fertilizantes e defensivos agrícolas.
Isto evitou que a companhia pudesse converter o aumento de receita obtido no segundo trimestre em um lucro maior. A receita líquida da São Martinho subiu 11,2% no período, totalizando R$ 1,5 bilhão.
O Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 787,7 milhões no segundo trimestre, resultado em linha com o apresentado um ano antes. Já a margem Ebitda ficou em 49,7% no período.
Esse foi o primeiro trimestre da empresa num cenário de queda nos impostos de PIS e Cofins para a gasolina, que acabou fazendo o etanol perder competitividade entre os combustíveis.
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Até agora, no primeiro semestre do ano-safra 2022/23, a São Martinho conta com 16,7 milhões de toneladas de cana processada, além de 1 milhão de toneladas de açúcar e 751 mil metros cúbicos de etanol.
Os montantes mostram uma queda na comparação com o primeiro semestre do ano-safra anterior, quando a empresa havia processado 18,4 milhões de toneladas de cana, 1,2 milhão de toneladas de açúcar e 827 mil metros cúbicos de etanol.
“Essa redução reflete principalmente os efeitos das condições climáticas ocorridas ao longo dos períodos – como clima mais seco, além dos efeitos das geadas. Adicionalmente, houve postergação do início da moagem nas unidades Usina São Martinho e Usina Santa Cruz”, afirma a empresa.
São Martinho revisa projeções
Com a produção operando em ritmo de queda frente ao ano-safra anterior, a São Martinho resolveu alterar suas projeções para o ano completo.
Agora, a companhia espera processar 20 milhões de toneladas de cana ao final dos 12 meses do ano-safra. Antes, a projeção era de 12,3 milhões.

Além disso, reduziu seu guidance de produção de açúcar para 1,2 milhão de toneladas ante 1,3 milhão anterior. Ademais, a São Martinho espera destinar mais dinheiro a investimentos no restante do ano-safra.
“Revisamos o capex de manutenção em 2,1% em relação as estimativas inicias, decorrente da variação de preços dos insumos utilizados no plantio e tratos culturais, assim como diesel no período”, afirma a empresa. Agora, a expectativa é que esses gastos com manutenção atinjam R$ 1,8 bilhão até o final do período.
O capex total projetado, que conta também com os investimentos em melhoria operacional e modernização, passou a ser de R$ 2,8 bilhões até o final do ano safra 2022/23, um aumento de 10% frente aos R$ 2,5 bilhões previstos anteriormente.