A fusão entre Localiza e Unidas, anunciada em setembro do ano passado, ainda está pendente da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A decisão do órgão deve ser publicada na próxima quarta-feira, dia 15 de dezembro, e a expectativa do mercado é que o acordo seja aprovado, mas com algumas restrições, para evitar uma alta concentração no setor.
Os analistas do Bank of America, contudo, não acham que os investidores precisam aguardar uma definição do Cade para decidir o que fazer com a ação da Localiza. A aprovação do negócio seria positiva para a empresa, diz o banco, mas, mesmo que o acordo seja desfeito, a companhia já tem um alto potencial de valorização.
Por volta das 12h50, a ação da Localiza era negociada a R$ 57,56, avanço de 1,52% no pregão, enquanto o Bank of America estima preço-alvo de R$ 68, um aumento potencial de 25%, sem considerar a fusão.
O banco não calcula um preço-alvo caso a fusão seja aprovada, mas estima que as duas empresas, uma vez juntas, poderiam gerar um valor adicional de algo entre R$ 6 bilhões e R$ 9 bilhões. “Vemos o negócio potencial como um movimento estratégico inteligente, com a equação de risco e retorno enviesada para o lado positivo”, afirmam os analistas Murilo Freiberger e Gustavo Tasso.
Além disso, a nova empresa seria negociada a um múltiplo de 17 a 20 vezes o preço sobre o lucro estimado para 2022. Hoje, só para a Localiza, o Bank of America calcula um múltiplo de 20 vezes, com um desconto de 30% em relação à média dos últimos três anos.
Em análise preliminar, o Cade já havia indicado quais restrições pode pedir na decisão sobre a fusão entre Localiza e Unidas. A principal delas é que a empresa resultante deveria vender parte da operação de aluguel de carros, fechando filiais em 136 cidades e 38 aeroportos.
A ação da Unidas, por volta das 12h50, subia 0,79%, a R$ 25,44.