O aumento de 10,9% nos preços de medicamentos anunciado pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), e que passa a vigorar na quinta-feira (31), vai beneficiar as empresas farmacêuticas da Bolsa de forma geral, mas será particularmente benéfica para uma delas – a RD (RDAL3).
A avaliação é do Goldman Sachs e consta em relatório enviado a clientes. Segundo os especialistas do banco, o reajuste anunciado está acima da inflação esperada para este ano e pode fazer com que a receita da companhia cresça num ritmo mais rápido que as despesas, o que ajudaria a aumentar a margem de lucro.
A RD negocia anualmente o preço dos medicamentos com fornecedores. Nestas negociações, a empresa consegue descontos comerciais sobre o valor de fábrica, que tende a ser definido de acordo com a decisão do Cmed.
O Goldman Sachs ressalta que em ocasiões anteriores a RD estocou medicamentos antes do reajuste para poder revender os produtos a preços maiores posteriormente.
No entanto, destacou também que as fabricantes podem decidir reajustar os preços a uma taxa menor que a autorizada pelo Cmed. Isso poderia invalidar a vantagem prevista pelo Goldman Sachs para a RD.
Efeito para Hypera é menos positivo
De acordo com o Goldman Sachs, a Hypera (HYPE3) também deve ser beneficiada pelo reajuste anunciado pelo Cmed, mas de forma menos significativa.
“Apenas cerca de 20 a 30% do portfólio da companhia está exposto à regulação de preço. Durante teleconferência recente, os administradores indicaram expectativa de estabilidade na margem bruta em 2022 e, embora as pressões de custo vindas da importação de princípios ativos e da logística possam permanecer, ressaltamos que a apreciação do real pode ser um fator positivo”, acrescentou.
O Goldman Sachs recomenda a compra das ações da RD com preço-alvo em R$ 32, enquanto para a Hypera a recomendação é neutra, com preço-alvo de R$ 39.
Por volta das 16h30 (de Brasília), as ações da RD subiam 0,55%, a R$ 23,98, enquanto as da Hypera avançavam 1,19%, a R$ 38,27.