A Petrobras, que publicou na noite desta quarta-feira (27) a produção total no Brasil e no exterior de petróleo, líquido de gás natural e gás natural para o primeiro trimestre, mostrou uma continuação da tendência de alta vista nos trimestres anteriores, em função de novos poços produtores no pós-sal da Bacia de Campos, além da continuidade dos ramp-ups dos FPSOs (unidades flutuantes de produção) Carioca, localizadas na Bacia de Sépia, e da plataforma 68, na Bacia de Santos.
No período, a estatal alcançou a produção de 2,79 milhões de boed (barris de óleo equivalente por dia), uma alta de 1,15% na comparação anual. Considerando apenas o Brasil, onde se concentra a maior parte da produção da estatal, o volume foi de 2,75 milhões de boed, 1,4% maior que o visto no mesmo período de 2021.
O volume do pré-sal, que deve representar parcela significativa da produção nos próximos anos, alcançou 1,68 milhão de bpd (barris por dia) no período, uma alta de 7,3% na comparação anual. A produção total no pré-sal, por sua vez, foi de 2,03 milhões de boed no trimestre, representando 72% da produção total da Petrobras.
A produção no pós-sal no primeiro trimestre de 2022 foi de 467 mil bpd, volume 10,4% menor que o mesmo intervalo de 2021. Já a produção em terra e águas rasas foi de 82 mil de bpd, 24,8% menor que o mesmo período do ano passado, em razão dos desinvestimentos de campos terrestres e águas rasas e ao declínio natural de produção.
Centro da polêmica
A Petrobras tem sido alvo de polêmica nos últimos meses, principalmente pelo aumento do preço dos combustíveis, no caso de diesel e gasolina, que afetam diretamente o bolso do consumidor. No primeiro trimestre do ano, os números da companhia mostram que os dados vieram mistos, com o volume de vendas de diesel para o mercado interno caindo, enquanto o de gasolina apresentou aumento significativo.
Essa discussão sobre o preço dos combustíveis, inclusive, fez o presidente Jair Bolsonaro trocar o comando da empresa duas vezes no período de um ano, saindo Roberto Castello Branco para a chegada do general da reserva Joaquim Silva e Luna, que também deixou o cargo recentemente, para a chegada de José Mauro Ferreira Coelho.
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No trimestre, o volume de produção do diesel caiu 4,6% na base anual e atingiu 684 mil bpd, enquanto as vendas para o mercado interno somaram 716 mil bpd, queda de 2,1% na mesma base de comparação.
Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a estatal afirmou que as quedas vistas no diesel se devem à redução sazonal do consumo, tipicamente mais baixo no primeiro trimestre do ano, além da venda da refinaria RLAM.
No caso da gasolina, a produção caiu apenas 0,9% no trimestre e alcançou 374 mil bpd ante o mesmo intervalo de 2021, enquanto as vendas para o mercado atingiram 402 mil bpd no período, uma alta de 17,3% na comparação anual.
Menos despacho termelétrico
A geração de energia elétrica foi de 1.765 MW (megawatts) médios no primeiro trimestre de 2022, uma redução de 38,4% em relação ao mesmo período de 2021, em virtude da melhora do nível dos reservatórios das hidrelétricas no país.
Pelo lado da oferta, a entrega de gás nacional foi reduzida para 37 milhões m³/dia (de metros cúbicos dia), principalmente em decorrência do encerramento dos prazos de contratos de compra da Petrobras junto a parceiros e terceiros, que passaram a vender seu gás diretamente a seus clientes, além dos desinvestimentos em exploração & produção no Nordeste.