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Preço do petróleo cai mesmo após novas sanções à Rússia; veja o porquê

As notícias de que soldados da Rússia teriam assassinado civis na Ucrânia de forma indiscriminada geraram comoção na comunidade internacional e provocaram uma nova leva de sanções econômicas ao país. Diferentemente do que se previa, porém, as medidas tiveram pouco efeito sobre os preços do petróleo.

Por volta das 16h (de Brasília), o preço do petróleo tipo Brent – que serve como referência para o mercado internacional da commodity – caía 1,1%, para US$ 106,28 o barril, após oscilar entre perdas e ganhos ao longo do pregão.

Mais cedo, os preços chegaram a subir pouco mais de 1% por causa da perspectiva de que um novo conjunto de sanções deixaria mais difícil para a Rússia escapar de um embargo total ao petróleo e ao gás natural que vende a outros países. No entanto, depois de divulgadas as punições, este movimento perdeu força.

O movimento de hoje pode ser considerado tímido diante das bruscas oscilações observadas em março, quando a commodity chegou a variar mais de US$ 15 num único dia.

Preços do petróleo Brent em março (US$ por barril)

gráfico com histórico de preços do petróleo tipo Brent em março
Fonte: Departamento de Energia dos EUA

O motivo para a relativa tranquilidade do mercado desta vez é que, a cada rodada de sanções à Rússia, fica mais claro o quanto a União Europeia hesita em deixar de comprar petróleo e gás natural do país.

Hoje cedo os europeus anunciaram uma nova rodada de sanções à Rússia – a quinta desde que o país invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro.

No pacote, estavam restrições ao comércio, incluindo um embargo ao carvão russo, proibições a transações com mais quatro instituições financeiras – entre elas o VTB, segundo maior banco do país -, além de medidas para restringir o acesso de navios da Rússia ao bloco. Novamente, não havia menção a bloqueios às compras de petróleo e gás do país.

Apesar da reação morna do mercado às medidas anunciadas pelos europeus, especialistas apontam que as restrições aplicadas ao país ainda tem potencial para impulsionar os preços do petróleo e do gás natural.

“Estas ações tem viés positivo porque preocupam o mercado sobre a possibilidade de retaliação no setor de energia num mercado bem equilibrado”, disse a MFA Oil, cooperativa dos EUA que fornece de combustíveis a produtores agrícolas, em comentário de mercado.

A Rússia é o maior exportador mundial de petróleo. Além disso, o país é responsável por quase 40% do gás importado pela União Europeia e por 30% das compras de petróleo do bloco.

As sanções econômicas aplicadas à Rússia impedem, na prática, impedem que os russos negociem petróleo com vários outros países – o que, inicialmente, havia gerado receio de escassez da commodity no mercado mundial e impulsionado o valor do barril.

No entanto, Moscou ainda tem canais de exportação abertos com a Europa, a China e a Índia, alguns de seus grandes clientes. Isso reduziu a preocupação dos investidores com o cenário de escassez de petróleo.

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