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Por demora na recuperação e combustíveis, UBS BB rebaixa preços-alvo de Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4)

Demora na recuperação e pico da demanda reprimida devem seguir pressionando as empresas aéreas brasileiras

Foto: Shutterstock

Considerando o atraso na recuperação das viagens aéreas desde o início da pandemia de Covid-19 e a perspectiva de que a demanda reprimida por viagens pode ter atingido um pico, os analistas do UBS BB reiteraram sua visão pessimista sobre as companhias aéreas brasileiras, rebaixando os preços-alvo de Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4).

Em relatório assinado por Alberto Valerio, Isabella Lamas, Andressa Varotto e Rafael Simonetti, distribuído nesta sexta-feira (1), o banco revisou seu preço-alvo para a Azul para R$ 11,5, de R$ 17,5, e para R$ 8,6, de R$ 11,2, para a Gol, o que corresponde a uma baixa, respectivamente, de 7% e 5% em relação aos valores atuais. A recomendação de compra foi mantida para ambas.

A redução nos preços-alvo, segundo o banco, deve-se principalmente ao aumento nos preços dos combustíveis e na dívida líquida das companhias.

Ainda que os mercados de todo o globo tenham sido fortemente atingidos, o fato de as companhias aéreas brasileiras estarem em meio a um ciclo de expansão no momento da chegada da pandemia fez com que elas, de repente, se deparassem com o fim da demanda, além da continuidade dos custos de expansão e renovação de frota, resultando em um aumento de dívida.

Na estimativa do UBS BB, cerca de R$ 3,5 bilhões em atrasos de leasing (arrendamento) operacional e outros passivos ainda devem ser adicionados à dívida líquida ajustada da Azul, enquanto a Gol deve somar cerca de R$ 2,4 bilhões em manutenções provisionais e outros passivos.

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Além do endividamento, outro ponto, que vinha sendo fonte de otimismo para as companhias, pode estar se invertendo. Na análise do banco, a demanda reprimida criada durante as restrições da pandemia pode já ter atingido um pico, desacelerando daqui para frente.

A alta na taxa de câmbio e no preço do petróleo também vem jogando contra, e o UBS BB não acredita que as aéreas serão capazes de aumentar seus retornos o suficiente para compensar estes efeitos.

A projeção do banco é que o petróleo tipo Brent feche 2023 em alta de 84% em relação a 2019, e o dólar, de 32%. Com isso, o UBS BB estima que a margem Ebitda da Azul em 2023 fique em 28%, 4% abaixo da registrada em 2019, e que a da Gol atinja 24%, também 4% abaixo de 2019.

Os analistas ressaltam, no entanto, que alguns fatores podem fazer com que suas projeções não sejam alcançadas, como volatilidade na receita; variações nos preços do combustível; interrupções de trabalho; crescimento em descontos; depreciação cambial; riscos de falência e mudanças no panorama da Covid-19.

Por volta de 13h36 desta sexta-feira, as ações da Azul eram negociadas em alta de 0,24%, a R$ 12,41, enquanto os papéis da Gol subiam 0,55%, cotados a R$ 9,12.

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