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Petz (PETZ3) sobe mais de 8% com sinais de recuperação, apesar de resultados fracos no 3º tri

Companhia fechou o trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 30,7 milhões, baixa de 8,2% na comparação anual

Foto: Shutterstock/rafastockbr

Mesmo depois de a Petz (PETZ3) ter reportado queda no lucro, no Ebitda e nas margens no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, suas ações lideravam as altas do Ibovespa no pregão desta quarta-feira (9), subindo 8,70% por volta das 17h10, a R$ 8,87.

Na avaliação de Thiago Macruz, Maria Clara Infantozzi e Gabriela Moraes, analistas do Itaú BBA, este desempenho já era esperado e, dada a performance recente das ações, já estava incorporado no valor dos papéis.

De acordo com o balanço publicado na noite de terça-feira (8), o lucro líquido ajustado registrado no terceiro trimestre foi de R$ 30,7 milhões, queda de 8,2% na comparação anual e praticamente em linha com o esperado pelo mercado. O BTG Pactual e a XP Investimentos estimavam R$ 28 milhões, enquanto o Itaú BBA projetava R$ 31 milhões e o Bank of America apostava em R$ 36 milhões.

Mais do que a queda no lucro, porém, o principal ponto negativo do balanço, na avaliação dos analistas, foi a perda de rentabilidade. A margem bruta da Petz no terceiro trimestre deste ano foi de 40,2%, queda de 1,1 p.p (ponto percentual0 em relação a igual período de 2021, consequência da aquisição da Petix e da maior participação de vendas digitais e de itens alimentares no mix de produtos, ofuscando os ganhos de eficiência operacional.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 72,2 milhões, leve baixa de 0,4%, com margem Ebitda ajustada de 8,2%, contração de 3,1 p.p. na comparação anual. Além da contração da margem bruta, a queda na margem Ebitda também refletiu os impactos da expansão nacional e maiores despesas com marketing, aluguel e pessoal devido à inflação.

A expansão das vendas foi outra linha que apresentou desaceleração. Considerando apenas as lojas que já estavam abertas há um ano, indicador conhecido como vendas nas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês), o crescimento de vendas no período foi de 8,1%, contra 22% nos mesmos três meses de 2021.

Esta expansão veio da ampliação na base de lojas. Entre julho e setembro deste ano, a Petz inaugurou 13 unidades, totalizando 47 novas lojas nos últimos 12 meses. O crescimento foi limitado, porém, por efeitos de canibalização e fechamentos temporários de lojas.

A receita, porém, apresentou crescimento – e é o principal fator por trás da manutenção da visão otimista dos analistas do BTG Pactual. No consolidado, incorporando os números da Petz, da Zee.Dog e da Petix, a receita bruta subiu 37,9% na comparação com o terceiro trimestre de 2021, para R$ 884,6 milhões.

“Apesar de as margens ainda estarem sob pressão, tendência que esperamos que persista nos próximos trimestres, a Petz continua a ostentar uma expansão razoável de receita”, escreveram Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Victor Rogatis, analistas do BTG, em relatório distribuído nesta quarta.

Excluindo a Zee.Dog, a receita bruta da Petz cresceu 24% na base anual, para R$ 796 milhões. A receita bruta das empresas adquiridas, por sua vez, cresceu 1,1% na mesma base de comparação, para R$ 100,9 milhões.

Além de a ação ter subido, os analistas do BTG Pactual, do Itaú BBA e do Goldman Sachs também reiteraram suas recomendações de compra para a ação mesmo depois dos resultados, com preço-alvo médio de R$ 17,3.

Daqui para frente, a expectativa dos analistas do BTG é que a Zee.Dog passe a apresentar resultados melhores, com a gestão tendo sinalizado breakeven em maio e margem de contribuição positiva no terceiro trimestre de 2023.

Outro ponto que pode indicar melhora à frente, na visão do BBA, é a inflação dos produtos para pets, que atingiu seu menor nível em setembro, indicando um cenário melhor e um mix de produtos mais favorável à frente.

“A desaceleração de SSS [vendas nas mesmas lojas] e pressão de rentabilidade segue, mas com indicações positivas para os próximos trimestres”, completam Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday, analistas da XP Investimentos.

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