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Petróleo sobe e volta para perto de US$ 100 por receio de corte na produção

Valorização do barril repercute sinais de corte na produção e queda nos estoques americanos

Os preços do barril de petróleo sobem pelo segundo dia nesta quarta-feira (24) e voltam a rondar os US$ 100 após a Arábia Saudita indicar cortes na produção.

Dados que mostraram queda de 5,6 milhões de barris nos estoques de petróleo dos Estados Unidos divulgados na noite de ontem também contribuíam para o avanço.

Por volta das 10h20, o preço do petróleo tipo Brent – usado como referência no mercado internacional – subia 0,3% no mercado futuro da ICE, a US$ 99,47 o barril. Mais cedo, porém, chegou a tocar US$ 100,60.

Os preços do petróleo dispararam no primeiro semestre na esteira do início do conflito armado no Leste Europeu e das barreiras do Ocidente à exportação de produtos da Rússia, país que iniciou a guerra.

Como os russos são grandes exportadores de petróleo, a perspectiva de que o mercado enfrentaria escassez da commodity fez o barril se valorizar e passar boa parte do ano acima de US$ 100.

Nas últimas duas semanas, porém, os preços operaram abaixo deste nível, em meio a sinais de desaceleração no crescimento da economia mundial – em particular na China, grande consumidor de petróleo – e da perspectiva de aumento na oferta da commodity.

Os preços voltaram a subir, porém, em reação às falas nesta semana de autoridades da Arábia Saudita indicando cortes na produção de barris pela Opep+, grupo que reúne os principais exportadores de petróleo do mundo, para lidar com a perspectiva econômica mais negativa.

A visão atual do mercado é de que, com os sucessivos aumentos nas taxas de juros por vários países para frear a inflação, a atividade econômica vai diminuir e pode inclusive encolher em 2023.

Por isso, investidores em todo o mundo aguardam pela fala de Jerome Powell, presidente do Fed (o banco central americano), nesta sexta-feira (26) para tentar decifrar os próximos passos da política monetária americana. Um discurso que reforce a necessidade de alta dos juros pode deixar o mercado mais inclinado a apostar numa recessão.

Para o petróleo, o aumento no pessimismo em relação à economia pode significar uma pausa na retomada da produção para evitar um excedente de oferta. Ou seja: mesmo num cenário econômico negativo, os preços podem continuar perto dos níveis atuais.

“O mercado de petróleo permanecerá apertado se a atividade de negócios continuar enfraquecendo acentuadamente ou se o crescimento econômico permanecer instável”, afirmou Edward Moya, analista sênior de mercado da Oanda. 

Investidores também seguem atentos às tratativas para o retorno do Irã ao mercado global de petróleo caso o país volte a aderir a um acordo nuclear com os Estados Unidos e a Europa. O mercado, porém, aguarda desdobramentos mais concretos das negociações antes de embutir esta perspectiva nos preços.

“Embora pareça haver algum otimismo de um acordo ser alcançado, definitivamente não é a primeira vez que sinais de progresso foram apresentados”, afirmou Fiona Cincotta, analista de mercado da corretora City Index.

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