A possibilidade de a Arábia Saudita aumentar a produção de petróleo, compensando eventuais desequilíbrios na oferta causados pelas sanções econômicas à Rússia, faz com que os preços da commodity operem em baixa nesta quinta-feira (2).
A Rússia é um dos maiores exportadores mundiais de petróleo e derivados, mas desde que invadiu a Ucrânia, no final de fevereiro, tem sido alvo de punições aplicadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia. O objetivo das medidas é causar danos à economia russa e forçar o governo a encerrar o conflito.
Até agora, os americanos e europeus cortaram os bancos da Rússia de um sistema de pagamentos internacional – o que dificulta as exportações e importações do país – e indicaram que vão parar de comprar o petróleo produzido pelos russos.
Na prática, isso significa que haverá menos petróleo disponível para alguns dos grandes consumidores mundiais, o que fez os preços da commodity subirem.
Este movimento, por sua vez, ajudou a agravar a inflação nos EUA e na Europa, e aumentou a pressão para que outros grandes exportadores de petróleo, como a Arábia Saudita, elevem a produção de petróleo.
Os sauditas vinham resistindo a fazer esta compensação porque, assim como outros produtores, estão sendo beneficiados pelos preços mais altos da commodity.
Além disso, a Rússia contribuiu com os esforços da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para restringir a oferta de petróleo quando a demanda estava em níveis menores, o que ajudou a evitar a desvalorização do barril ao longo da pandemia de Covid-19.
A situação, porém, parece estar prestes a mudar. Reportagens publicadas pelo jornal Financial Times e pela agência de notícias Reuters nesta quinta-feira sugerem que a Arábia Saudita estaria disposta a aumentar a produção de petróleo se ficar mais claro que a demanda está superando a oferta da commodity.
Os representantes da Opep – entre eles a Arábia Saudita – estão reunidos hoje com aliados do cartel – liderados pela Rússia – para decidir como ficarão os níveis de produção de petróleo em julho.
Por volta das 9h30, o preço do petróleo tipo Brent, que serve como referência internacional para os preços, caía 0,55% no mercado futuro da ICE, para US$ 115,65 o barril.