O terceiro trimestre deste ano foi marcado pela aversão a risco dos mercados, com a perspectiva de recessão global. Porém, os resultados das empresas listadas na Bolsa brasileira mostraram-se majoritariamente resilientes, considerando a expectativa que era de desaceleração.
Um levantamento do TradeMap mostrou que os lucros somados das companhias listadas na B3 caíram 39,5% na comparação anual. Os resultados de forma individualizada, entretanto, tiveram destaques relevantes.
No setor financeiro, o segundo mais representativo no Ibovespa, destaca-se o Banco do Brasil (BBAS3), que teve o maior lucro de um banco brasileiro em um único trimestre na história.
Em relação aos pares privados, a instituição estatal reportou uma margem com mercado muito acima do esperado, em função da posição em títulos de renda fixa de sua Tesouraria. A inadimplência, que foi o calcanhar de Aquiles de Santander e Bradesco, se manteve estável.
O setor mais representativo do índice acionário, por sua vez, é o de materiais básicos, puxado pela Vale (VALE3). A mineradora teve um trimestre abaixo da expectativa, em função de menores preços do minério de ferro e níquel.
Já a Petrobras (PETR4) teve resultados em linha com o consenso do mercado, mas que não deixaram de ser fortes e com geração de caixa robusta. A dívida líquida da empresa equivale a apenas 70% do Ebitda acumulado dos últimos 12 meses.
Considerando os resultados financeiros, é possível imaginar um contínuo bom pagamento de dividendos, a despeito da recente queda do petróleo Brent. O rendimento esperado é sólido, dado que a empresa segue como uma das petrolíferas mais baratas do mundo, em meio ao noticiário político agitado.
Na TradeLive desta semana, os analistas CNPI do TradeMap, Jader Lazarini e Sergio Castro apresentam os destaques da temporada de resultados, dizem o que esperar para os balanços do último trimestre de 2022 e as expectativas para 2023.