Percepção de instabilidade no Brasil após atos terroristas pode afastar investidor estrangeiro, diz Órama

A imagem de instabilidade no Brasil após os atos terroristas em Brasília neste domingo (8) pode afastar investidores estrangeiros do mercado local. A análise é da Órama Investimentos.

Em relatório, a Órama afirma que os atos vistos ontem podem trazer volatilidade ao mercado brasileiro no início da semana e, em prazos mais longos, o que afetará mais a Bolsa será como o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) responderá às manifestações.

“Os rumos dos mercados nos próximos dias serão definidos pela capacidade das instituições brasileiras de conseguir evitar novos atos de vandalismo, e também não permitir a adesão de categorias importantes, como os caminhoneiros”, ressaltou a especialista.

O clima de tensão faz a Bolsa brasileira operar no campo negativo, indo na contramão do viés otimista dos mercados globais. O estresse também faz subir os contratos de juros futuros e o dólar.

Por volta das 13h30, o Ibovespa registrava alta de 0,18%, aos 109.157 pontos, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap.

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Paralelo com invasão ao Capitólio

O relatório da Órama também destacou a ampla cobertura dos atos terroristas na mídia internacional. Segundo a casa, o “tom da mídia estrangeira é de bastante preocupação e as manchetes reforçam o fato de serem ‘apoiadores de Bolsonaro’ os responsáveis pelos atos de vandalismo”.

A empresa também fez um paralelo com os movimentos da véspera à invasão do Capitólio, a sede do Legislativo americano, por apoiadores de Donald Trump, há dois anos.

Segundo a Órama, o movimento golpista americano não teve efeito em Wall Street, que fechou em alta no dia do atentado e nos pregões seguintes.

No Brasil, porém, a situação difere, visto que a maior parte do fluxo de investimento vem do capital internacional.

“Apesar dos possíveis paralelos que possam ser feitos com os ataques ao Capitólio, a situação do Brasil é diferente, dado que somos um mercado emergente que depende mais de 50% do volume de operações em bolsa do investidor estrangeiro”, ressaltou a Órama.