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PEC dos Precatórios e bolsas americanas embalam avanço de 3,66% do Ibovespa, para 104.466 pontos

Senado aprovou texto e diminuiu incerteza sobre gastos públicos em 2022

Após dois dias de perdas, o Ibovespa fechou o pregão desta quinta-feira, 2, em alta de 3,66%, aos 104.466 pontos. A recuperação ocorreu em meio ao embalo das bolsas americanas e com a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios pelo Senado, com maior clareza sobre as contas públicas em 2022.

O texto abre espaço para o governo federal implementar um auxílio mensal de R$ 400 aos mais pobres. Os recursos viriam do parcelamento de dívidas judiciais (precatórios) e de uma nova forma de calcular o teto de gastos — regra que limita o crescimento da despesa pública à inflação.

Como a PEC foi alterada no Senado, terá de passar novamente pelo crivo da Câmara dos Deputados. No entanto, a versão aprovada pelos senadores foi fruto de um acordo político. Isso aumenta as chances de ela não ser alterada pelos deputados.

O mercado tinha pressa de ver a PEC aprovada por dois motivos. O primeiro é porque ela modifica o quanto o governo poderá gastar dentro do teto de gastos. Isso precisava ser definido para dar andamento à discussão do orçamento de 2022. O segundo ponto é que ela evita que as despesas com o auxílio aos mais pobres fiquem sem limite definido.

“Hoje é um dia de propensão a risco. A aprovação da PEC dos Precatórios é vista como positiva, já que se trata da retirada de risco do aumento do gasto sobre o teto e diminuição das incertezas”, disse Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos.

Ele acrescentou que o mercado de ações brasileiro passa por um momento de melhora, ainda que tardio em relação a outros países, mas que ainda assim o número de pessoas resgatando investimentos da Bolsa está muito alto.

“A percepção é de muitos clientes se sentindo frustrados com essas perdas, olhando muito para renda fixa em vez de aproveitar o momento para comprar em renda variável. Pessoas físicas continuam ainda fazendo o processo inverso de alocação de risco.”

O dia também foi de retomada das bolsas americanas. O índice Dow Jones subiu 1,82%, o S&P 500 avançou 1,42% e o Nasdaq, 0,83%.

Destaques do dia

As ações da Braskem (BRKM5 +9,51%) foram de longe o destaque da sessão. Depois de quase dois anos sem remunerar os acionistas, a empresa anunciou que pagará R$ 6 bilhões em dividendos e, segundo análise do TradeMap, ainda tem mais valor a ser destravado.

As ações da Petrobras (PETR3 +8,33%; PETR4 +7,02%) também tiveram um dia positivo. Segundo Costa, o movimento refletiu o preço no qual a companhia se encontra frente ao dividendo que será pago e por se tratar de uma estatal que tende a andar um pouco mais com a diminuição do risco político.

A unit da Taesa (TAEE11), empresa que também anunciou o pagamento de R$ 523 milhões aos acionistas, ainda registrou alta de 3,68%.

Na direção oposta, novamente o destaque negativo ficou com as varejistas, após dados mostrarem que o Brasil entrou em recessão técnica.

Em meio à disparada da inflação e do aumento de juros, que foi intensificado a partir de junho, o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre caiu 0,1% na comparação com o período entre maio e junho. A atividade econômica do segundo trimestre foi revisada de queda de 0,1% para um tombo maior, de 0,4%.

Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e foram piores do que o esperado por analistas ouvidos pela Reuters, que apostavam em estagnação no segundo trimestre. Leia mais nesta matéria.

Diante da piora, ações como as da Americanas (AMER3) caíram 3,01%, e as da Magazine Luiza (MGLU3), 1,74%, liderando as perdas do Ibovespa.

Agenda de sexta-feira

No fechamento da semana, os olhos do mercado estarão voltados para os Estados Unidos, onde o governo divulga dados de criação de emprego em novembro. A expectativa é de geração de 500 mil vagas, segundo o banco ING. Se atender as projeções, o indicador poderá reforçar ainda mais a aposta de alta nos juros americanos — o que pode ter reflexo sobre os mercados do Brasil.

Na cena local, o destaque na agenda recai sobre a produção industrial de outubro, que trará a primeira evidência sobre o comportamento do setor no quarto trimestre.

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