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Para Verde Asset, mercado subestima potencial de alta de juros dos EUA

Para a Verde Asset, o Federal Reserve parece ter reconhecido que a inflação dos Estados Unidos "passou do razoável"

A dois dias da aguardada reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), o fundo Verde, do badalado gestor Luis Stuhlberger, publicou uma carta aos clientes na qual indica que o mercado parece estar subestimando o potencial de alta dos juros nos EUA.

Para a casa, a autoridade monetária americana parece ter reconhecido que a inflação do país “passou do razoável”, passando a ser um problema político para o governo do presidente Joe Biden e criando a necessidade de uma redução mais rápida dos estímulos monetários à economia, impulsionados durante a pandemia.

“Até aqui o mercado parece indicar que a extensão desse processo não será longa e está muito sujeita a erros, e a curva americana de juros teve um achatamento importante, com os juros curtos subindo mas os longos caindo”, diz o fundo, em carta que resume o desempenho do fundo multimercado da gestora em novembro.

No relatório, o fundo diz que esse tem sido um processo surpreendente, dado que o nível esperado pelo mercado para o fim do ciclo de alta dos juros americanos ainda “parece baixo demais”.

A taxa básica de juros dos EUA está entre 0% e 0,25%, nível atingido durante a pandemia como um esforço das autoridades para minimizar os efeitos da crise de saúde na economia. Desde então, o mercado tem tentado antecipar o momento em que o Fed voltará a subir os juros, em um retorno à normalidade da economia e para contar a inflação, que passou por uma aceleração no período.

A equipe de gestão também discorreu sobre a Ômicron,  a nova variante da covid-19 que tem alimentado incertezas no mercado, e demonstrou ter uma visão mais otimista. “Acreditamos que devemos ver algo similar ao que transcorreu com a variante Delta: uma forte onda de novos casos, mas sem grande severidade nem pressão nos sistemas hospitalares”, diz a gestora.

Além disso, ressalta a casa, o Brasil está bem posicionado na aplicação de doses de reforço das vacinas. “Não só tem cobertura vacinal muito boa, como está se movendo rápido para aplicar os reforços, sem mencionar a imunidade advinda da grande exposição que a variante de Manaus teve pelo país”, diz.

O fundo afirma ainda que acredita que as novas drogas antivirais orais, “especialmente o Paxlovid, da Pfizer, prestes a ser aprovado, com resultados excelentes em testes clínicos”, devem ter papel importante em gerenciar a transição da pandemia em endemia ao longo do próximo ano.

Em novembro, o fundo multimercado da Verde teve queda de 0,21%, enquanto o CDI, o seu benchmark, avançou 0,59%. No acumulado do ano, o fundo cai 3,19%. Já o CDI sobe 3,6%. Com isso, o fundo caminha para o seu primeiro ano de perdas desde 2008 – o único do histórico no campo negativo. E desde 2017 o fundo não fica atrás do CDI.

 

 

 

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