Em um relatório publicado na terça-feira (31), o UBS-BB avaliou que o risco de escassez de combustíveis no Brasil é uma possibilidade real, e que manter o preço de paridade de importação é um fator-chave para a Petrobras (PETR4) não ter problemas.
Segundo a instituição financeira, o Brasil precisa importar de 20% a 30% de diesel para manter sua oferta. “Essa é uma das principais razões pelas quais argumentamos que a Petrobras precisa manter um preço de paridade de importação, para garantir o fornecimento de combustível ao país com importações de terceiros”, avaliou o UBS-BB.
Além disso, os analistas que assinam o relatório afirmam que potenciais desafios podem ocorrer no terceiro trimestre do ano, antes das eleições, porque “a paridade de importação pode cair ainda mais em território negativo”.
O UBS-BB espera que a petrolífera mantenha sua política de preços por alguns motivos. Além da questão envolvendo a possível escassez, eles avaliam que a governança interna e o estatuto social da companhia não trazem indícios de mudança e que um subsídio da empresa nos preços pode ser visto como irregular em ano eleitoral.
Apesar disso, a instituição acredita que a empresa pode evitar novos ajustes no preço para cima, principalmente visando o longo prazo, dada a oposição política contra a empresa.
O UBS-BB projeta um rendimento de dividendos de 43% para o ano, e pressupõe que, no terceiro trimestre do ano, o preço do diesel caia 14% enquanto o da gasolina recue 7%. “Acreditamos ainda que manter os preços também pode ajudar em um caminho potencial para uma privatização com mais apoio político, como tem sido apoiado por alguns candidatos e por parlamentares atuais”, finalizou o UBS-BB.