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Para BTG, Petrobras (PETR4) sofrerá com ruídos sobre preços pelo menos até eleição; ações caem

Na visão dos analistas do BTG, investidor terá dificuldades em prever movimento de preços por parte da estatal

Foto: Shutterstock

Após o governo brasileiro anunciar na noite de quinta-feira (9) os nomes dos indicados para o conselho de administração da Petrobras e para o cargo de CEO da estatal, os analistas do BTG Pactual distribuíram um relatório nesta sexta-feira (10) a clientes no qual afirmam que a política de preços da companhia deve seguir “intocável”, mas que haverá barulho político em torno do assunto pelo menos até a eleição, que ocorrerá em outubro.

“Isso pode tornar mais difícil, para os investidores, prever quais serão os próximos movimentos (se houver) de preços de combustíveis da Petrobras”, escrevem os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte.

Para eles, o cenário pode ficar ainda pior para a Petrobras com a discussão sobre a redução da alíquota do ICMS sobre combustíveis, que envolve governo federal e governos estaduais.

Na semana que vem, o Congresso deve votar o projeto de lei que propõe que combustíveis, assim como energia, transportes coletivos, gás natural e comunicações, sejam tratados como bens essenciais e indispensáveis — o que impediria a cobrança de alíquotas de ICMS acima 17%.

Na visão dos analistas, à medida que os governos federal e estaduais se preparam para reduzir os impostos sobre os combustíveis, qualquer responsabilidade sobre os preços mais altos dos combustíveis pode acabar caindo quase inteiramente no colo da Petrobras.

“Isso tornaria menos provável qualquer aumento futuro do preço do combustível”, escrevem. “Tudo isso deve continuar a impedir que a Petrobras negocie na Bolsa totalmente de acordo com seus fundamentos, a nosso ver.”

Por volta das 13h40, as ações da Petrobras (PETR4) caíam 2,00%, a R$ 29,47. A recomendação do BTG para a estatal é neutra.

Em relação aos nomeados pelo governo para o conselho da empresa, entre os quais o novo CEO, Caio Moraes Paes de Andrade, o BTG diz que as indicações de seis nomes que atualmente não fazem parte do conselho corroboram a visão do banco de que mudanças podem estar em andamento na empresa, seja na forma como se dá a comunicação com o mercado ou em termos de estratégia.

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“Também acreditamos que alguns investidores podem ver isso como aumento da chance de outras mudanças na equipe de gestão da empresa, além da do próprio CEO”, afirmam.

O conselho de administração da Petrobras possui 11 integrantes. Atualmente, seis são indicadores pelo governo (acionista controlador), quatro por acionistas minoritários e um pelos funcionários.

Ontem, o governo indicou 10 nomes no total, que ainda passarão por votação da assembleia de acionistas. Os acionistas minoritários e os funcionários ainda vão apresentar as suas indicações.

Dos 10 nomes indicados pelo governo, quatro já fazem parte do conselho atual. Curiosamente, ressalta o BTG, dois dos que já fazem parte foram indicados, no último processo de escolha, por acionistas minoritários. “Nossa crença é que isso pode ser uma tentativa do governo de acelerar a mudança e garantir às minorias que esses membros permanecerão no cargo”, escrevem os analistas.

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