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Os bancos que devem surpreender ou frustrar investidores na safra de balanços, segundo o UBS-BB

Contas em atraso devem subir para todas as instituições, ainda que com menos força do que nos trimestres anteriores

Foto: Shutterstock

Com a temporada de balanços do terceiro trimestre se aproximando, o UBS-BB divulgou suas projeções para os resultados dos bancos brasileiros no período. Na avaliação do banco, o destaque positivo desta safra de divulgações, que deve ter a inadimplência como tema central, será o Itaú (ITUB4) – enquanto o Santander (SANB11) deve chamar atenção negativamente.

“Acreditamos que a qualidade dos ativos estará em destaque, assim como nos últimos trimestres”, afirmam Thiago Batista e Olavo Arthuzo, analistas do UBS-BB, em relatório distribuído nesta terça-feira (18). Nesse sentido, a expectativa dos analistas é que a inadimplência de bancos brasileiros continue a subir, ainda que com menos força do que no segundo trimestre.

Em relação à inadimplência, a projeção do UBS-BB é que a maior parte dos bancos chegue ao fim do ano com taxas um pouco mais altas do que as registradas antes da pandemia de Covid-19. A tendência, no entanto, é que o ritmo do aumento diminua nos próximos meses, devido principalmente à elevação nos valores pagos a beneficiários de programas sociais, que deve ter maior impacto nos resultados do quarto trimestre e de 2022, na visão do banco.

Confira as principais projeções do UBS-BB para alguns bancos brasileiros.

Destaque positivo: Itaú

O UBS-BB espera que o lucro e o retorno sobre patrimônio médio (ROAE) do Itaú subam no terceiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores, refletindo uma performance muito forte das receitas. Outros fatores por trás dos fortes resultados devem ser a sólida expansão da carteira de crédito e a melhoria esperada na receita líquida de investimentos com clientes, compensando o maior custo de risco.

Na ponta negativa, os analistas projetam um pequeno aumento na inadimplência do banco, de 0,15 ponto percentual em relação ao segundo trimestre, assim como certa expansão nas despesas com provisionamento. Vale ressaltar que essa expansão nas contas em atraso é menor do que a esperada para os concorrentes.

Destaque negativo: Santander

Em contrapartida, o Santander deve reportar contração de lucro tanto na base trimestral quanto na anual, devido a uma combinação de maior custo de risco, resultados fracos no segmento de gestão de ativos e passivos, e ausência de ganhos extraordinários anotados no segundo trimestre.

A inadimplência também deve aumentar, em cerca de 0,2 ponto percentual na comparação com o segundo trimestre, mesmo que o banco dê continuidade a sua política agressiva de renegociação de empréstimos em atraso, avaliam os analistas.

Os pontos positivos do resultado, por outro lado, devem ser uma certa expansão na carteira de crédito e uma melhor margem financeira com clientes.

Bradesco e Nubank: Inadimplência em foco

Tanto o Bradesco (BBDC4) quando o Nubank (NU) têm sofrido com a alta da inadimplência nos últimos trimestres – e a tendência é que a deterioração continue, na visão do UBS-BB, ainda que com menor força.

No caso do Bradesco, a projeção dos analistas é de aumento de 0,25 p.p. na inadimplência contra o segundo trimestre, enquanto a alta de empréstimos em atraso para o Nubank deve ser de 0,40 p.p. Em termos de lucro, a expectativa do UBS-BB é que haja contração trimestral para o Bradesco, enquanto o Nubank deve apresentar estabilidade.

A queda esperada para o lucro do Bradesco deverá refletir uma combinação de margens com o mercado ainda fracas e um maior custo de risco.

Por outro lado, o resultado deve ser beneficiado pela recente redução na curva de juros brasileira, que deverá causar uma marcação a mercado positiva para os títulos de renda fixa do banco. Também na ponta positiva, o banco deve registrar um crescimento razoável na carteira de crédito e uma sólida expansão na margem com clientes.

Outros destaques dos resultados do Nubank, dizem os analistas, devem ser uma expansão sólida na base de clientes, uma receita média por cliente ativo estável e um custo de risco ainda alto. O UBS-BB menciona ainda a depreciação do dólar durante o trimestre, que pode impactar negativamente a receita e a expansão da carteira de crédito.

Recomendações

Mesmo esperando que o Bradesco tenha um aumento de inadimplência mais severo do que seus pares, a ação segue sendo a preferida do UBS-BB entre os bancos brasileiros, devido ao baixo preço do papel e à expectativa de um impacto positivo das taxas de juros menores no Brasil.

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