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Bancos estão protegidos de aumento da inadimplência em 2023? Veja o que diz a Moody’s

Para a agência, o aumento das margens de juros permitirá a geração contínua de capital, garantindo uma robustez na liquidez e no financiamento dos bancos

Foto: Shutterstock/tadamichi

Com juros e inflação elevados, a primeira dúvida que vem à cabeça é como esses dois fatores conjugados podem prejudicar os bancos e como as instituições financeiras se comportarão com a possibilidade de aumento da inadimplência, que impacta diretamente as margens de lucro com clientes.

Em relatório publicado nesta segunda-feira (5), a agência de classificação de risco Moody´s disse que mantém perspectiva estável para os bancos em 2023, mesmo num cenário no qual as condições econômicas levarão à deterioração do desempenho dos empréstimos.

Isso porque, na avaliação da Moody´s, o aumento das margens de juros permitirá a geração contínua de capital, garantindo uma robustez na liquidez e no financiamento dos bancos.

“Os bancos enfrentam um ambiente macroeconômico fraco e volátil. Nós esperamos que o crescimento econômico desacelere em todo o mundo em 2023. Inflação alta, mudanças geopolíticas e a volatilidade do mercado financeiro estão prejudicando as famílias e as empresas, com a possibilidade substancial de risco de novos choques pela frente”, explica Edoardo Calandro, vice-presidente sênior de crédito da Moody´s.

A agência de risco ressalta também que o desemprego, um dos principais indicadores de risco de crédito para as famílias, deve permanecer abaixo da média de 20 anos na maioria dos países do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo).

Além disso, o desempenho do empréstimo se deteriorará a níveis fortes, enquanto a qualidade do empréstimo se deteriorará à medida que as iniciativas contra a Covid-19 deixem de existir. “O crescimento econômico deve enfraquecer, a perspectiva incerta deve minar a confiança e o aumento das taxas de juros desafia as dívidas”, alerta Calandro.

O vice-presidente de crédito da Moody’s diz ainda que as perdas com empréstimos serão mantidas por padrões de subscrição mais rígidas ao longo dos últimos 10 anos, diante da exposição reduzida a classes de ativos mais arriscadas e o forte provisionamento para perdas com empréstimos.

“A formação de empréstimos problemáticos provavelmente será maior em mercados emergentes altamente dolarizados, enquanto muitos bancos em países produtores de energia se beneficiarão dos preços mais altos do petróleo”, diz Calandro.

Inadimplência

Em relação àquilo que tanto preocupa o mercado, no caso a inadimplência, a Moody’s afirma que o aumento dos juros e as fortes provisões protegerão os bancos nos próximos anos. E, apesar das difíceis condições operacionais, as instituições financeiras reportarão lucros sólidos em 2023.

Segundo a agência de risco, a maior receita líquida com juros e as provisões feitas durante a pandemia compensarão um aumento moderado nos custos operacionais e o enfraquecimento da qualidade da carteira de empréstimos, ambos impactados pela alta dos juros.

Tudo isso somado, na visão da Moody’s, faz com o que o capital dos bancos permaneça sólido, assim como os financiamentos e a liquidez, que permanecerão fortes.

“Os depósitos provavelmente permanecerão bem acima dos níveis pré-pandemia pelo menos nos próximos 12 a 18 meses, e os requisitos de resgate da dívida foram amplamente atendidos na maioria das economias avançadas”, explica a agência.

Para Calandro, isso significa que os bancos permanecerão bem financiados ao longo de 2023, mesmo num momento em que os bancos centrais continuam a drenar a liquidez por meio do apertado na taxa de juros.

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