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O que o UBS-BB espera para três dos principais bancos digitais brasileiros em 2022

Analistas recomendam compra para as ações de Banco Inter e Nubank

Foto: Divulgação

Depois de se reunir com a alta gestão do BTG+, do Banco Pan e do Banco Inter, a equipe de analistas do UBS-BB Investment Bank acredita que a expansão da base de clientes dos bancos digitais brasileiros deve continuar com força total em 2022.

Em relatório distribuído nesta sexta-feira (28), os analistas falaram sobre as estratégias de cada um dos bancos e quais devem ser os principais motores por trás da expansão esperada para este ano.

O UBS tem recomendação de compra para as ações de Banco Inter (BIDI11) e Nubank (NU), com preços-alvo de, respectivamente, R$ 46 e US$ 13, o que representa potencial de 86% para a ação do Inter e de 93% para a do Nubank. A recomendação para o papel do BTG (BPAC11) é de manutenção na carteira, e o preço-alvo é de R$ 29 (upside de 24%).

A ação do Banco Inter fechou o pregão desta sexta-feira em queda de 3,89%, a R$ 24,72, seguida de Banco Pan (BPAN4), que recuou 3,33%, a R$ 10,16, e BTG, com perdas de 2,33%, a R$ 23,46. Em Nova York, o papel do Nubank teve baixa de 2,03%, a US$ 6,75.

BTG+: apostando em clientes de alta renda

O principal destaque do BTG+, na visão do UBS, é o mercado alvo do banco, que se concentra em clientes de alta renda (com rendimento mensal acima de R$ 5 mil). Focando neste segmento, o banco espera ser capaz de alcançar entre 25 milhões e 35 milhões de clientes. O número atual não é divulgado. O BTG+ foi lançado no início de 2021.

O crescimento na base de clientes deve ser sustentado por meio da alavancagem dos clientes existentes do BTG Pactual, além da prospecção da folha de pagamentos de clientes corporativos. A receita, por sua vez, deve ser impulsionada por produtos de crédito.

“Deixamos a reunião com uma percepção positiva sobre o negócio de varejo do BTG Pactual, especialmente devido a seu plano estratégico para enfrentar a concorrência feroz e a seu conjunto de produtos financeiros”, diz o relatório.

O UBS destaca o amplo portfólio de produtos e serviços do banco, que abrange empréstimos para folhas de pagamento, empréstimos para hipoteca, seguros, serviços bancários, cartão de crédito, programa de fidelidade, marketplace e programas de assinatura.

Banco Pan: Complementando a estratégia do BTG+

O Banco Pan alcançou mais de 15 milhões de clientes no terceiro trimestre de 2021, com uma média de 2,4 produtos vendidos por cliente. A expectativa da gestão é que a expansão na base de clientes continue neste ano, sem prejudicar o custo de aquisição de clientes (CAC), que deve se manter nos níveis atuais.

O Pan tem como foco clientes de classes mais baixas, estratégia complementar à do BTG, que detém 73% de participação no banco. Os destaques, na visão do UBS, são a aposta em crédito com garantia em automóvel, pagamento integrado, plataformas bancárias, marketplace e planos de saúde.

O UBS chama atenção ainda para o cartão de crédito em parceria com a Buscapé, criado depois da aquisição da Mosaico (MOSI3), que registrou mais de 500 mil pedidos em dois meses. A compra também permitiu ao Pan lançar sua plataforma de marketplace.

Outro benefício da aquisição da Mosaico deverá ser a oferta de produtos de crédito para compradores de produtos em e-commerce e a oferta da modalidade buy now pay later, como é chamado no exterior o pagamento parcelado sem juros.

Banco Inter: Internacionalização

A expectativa da gestão do Inter, de acordo com o relatório, é que o ritmo de expansão de 8 milhões de clientes registrado em 2021 se repita em 2022. O banco terminou o ano com 16,3 milhões de clientes. Em variação percentual, porém, haveria uma desaceleração, de aumento de 93% em 2021 para cerca de 50% em 2022. O custo de aquisição de clientes, por sua vez, deve se manter.

O grande destaque é o plano do Inter de listar suas ações na Bolsa de valores americana, o que deve ocorrer no primeiro semestre deste ano.

Outra vertical de internacionalização é a expansão da Unsend, fintech americana adquirida em agosto, cujos clientes já podem utilizar um conjunto de serviços e produtos do Inter. Essa operação deve passar por um processo de rebranding (mudanças na marca) e o banco vem apostando em seu marketplace para aumentar o reconhecimento da marca nos Estados Unidos.

Ainda que o foco do banco não seja este, e sim o aumento do engajamento dos clientes, a gestão aponta para a possibilidade de melhoria do retorno sobre o patrimônio médio (ROAE) nos próximos anos, por meio da reprecificação de empréstimos e de melhorias de eficiência.

Algo que vinha preocupando o mercado, a deterioração dos ativos no segmento de cartão de crédito, não deve ocorrer, segundo o banco.

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