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O perfil de empresas que a Cruzeiro do Sul (CSED3) tem buscado para aquisições, segundo o BTG

A Cruzeiro do Sul Educacional, um dos maiores grupos de ensino superior do Brasil, está com o radar ligado para aquisições, depois de ter desistido, há dois meses, da compra do Centro Universitário Moura Lacerda, de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

A companhia — que realizou suas últimas compras antes da pandemia, em 2019, com a incorporação da Braz Cubas, de São Paulo, e da Universidade Positivo, do Paraná — tem bem definido qual será o perfil dos próximos alvos.

Segundo analistas do BTG Pactual, que se reuniram com a gestão da empresa na terça-feira (24), a companhia está de olho em marcas “premium” que ocupem posições de liderança em grandes cidades do país e que tenham grandes bases e estudantes.

“À medida que o segmento 100% presencial perde força, as pequenas universidades enfrentarão mais desafios, o que deve acelerar a consolidação do setor e oferecer oportunidades de fusões e aquisições”, escrevem os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima, em relatório que detalha como foi o encontro.

Em julho do ano passado, a Cruzeiro do Sul anunciou um acordo para comprar a Moura Lacerda por R$ 54 milhões, em uma transação que seria paga em cinco parcelas. Em março deste ano, porém, a empresa informou que as partes não chegaram a um entendimento e a operação foi desfeita.

A Cruzeiro do Sul conta hoje com cerca de 390 mil alunos e 29 campi. No primeiro trimestre, teve uma receita líquida de R$ 473,3 milhões, crescimento de 12,3% em relação a igual período do ano passado.

Na reunião com os analistas do BTG, a gestão da empresa informou que 70% da receita líquida tem como origem os cursos de saúde. Os cursos de direito e engenharia respondem por 10% em cada área.

Ainda de acordo com os executivos, os cursos de medicina têm, hoje, uma mensalidade média de R$ 8 mil a R$ 10,5 mil. A empresa, disse o BTG, conseguiu aumentar o tíquete médio em 9,5% para alunos veteranos e 6,5% para calouros no primeiro trimestre.

Sem guerra de preços

A Cruzeiro do Sul, segundo o BTG, tem evitado entrar em qualquer tipo de “guerra de preços” com as concorrentes.

A empresa, ressaltou o banco, aumentou a mensalidade para calouros no primeiro trimestre pela primeira vez em três anos e, ainda assim, teve um “sólido” aumento na captação de alunos, com avanço de 26% em um ano, sem iniciativas de financiamento estudantil, favorecida pela força de suas marcas. “E isso deve continuar a partir de agora”, escrevem os analistas.

O BTG diz que a concorrência no ensino a distância “permanece difícil”, mas a maior parcela de alunos no ensino híbrido (17% da base) deve ajudar na resiliência das mensalidades nos próximos trimestres.

“Enquanto isso, a abertura de polos de ensino a distância deve continuar, sempre condicionada à rentabilidade e oportunidades de liderança em novas geografias, pois a gestão sinalizou que a educação se tornará um setor digitalizado em um futuro próximo”, afirmam os analistas.

Segundo o BTG, os investimentos que a companhia deve fazer em 2022 (Capex) serão maiores do que no ano passado e serão focados na digitalização dos serviços.

No primeiro trimestre, a Cruzeiro do Sul teve lucro líquido de R$ 19 milhões, queda de 39,3% em relação a igual período do ano passado. O BTG estima que a empresa terá lucro líquido de R$ 199 milhões em 2022, o que significaria uma expansão de 36% em relação ao resultado de 2021.

O banco recomenda a compra do papel e estima um preço-alvo de R$ 7, praticamente o dobro da cotação atual. Por volta das 15h10, a ação subia 1,43%, para R$ 3,55.

Entre analistas do mercado, a empresa é uma unanimidade. Todas as seis instituições consultadas pela Refinitiv recomendam a compra da ação, de acordo com dados disponíveis na plataforma do TradeMap. A mediana das estimativas aponta para preço-alvo de R$ 9,50, valorização potencial de 164%.

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