Nubank quer levantar ao menos US$ 3 bi no IPO e distribuirá ações a até 23 milhões de clientes

Empresa espera concluir oferta em dezembro e vai oferecer gratuitamente um recibo de ação a seus clientes

O Nubank quer levantar ao menos US$ 3 bilhões com sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) e também levar alguns milhões de clientes para a Bolsa. A empresa, que espera concluir a oferta em dezembro, vai oferecer gratuitamente um recibo de ação a cada um de seus clientes. Os dados da oferta constam de prospecto preliminar divulgado nesta segunda-feira, 1º de novembro.

A instituição financeira aproveitou a data para divulgar que irá distribuir um recibo de depósito de ação (BDR) para cada cliente – que precisará declarar interesse. Essa distribuição será de 18,3 milhões e 22,9 milhões de recibos, a depender da demanda.

O IPO está sendo feito pela Nu Holdings, a controladora do Nubank, na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse). Esses papéis serão negociados na Bolsa brasileira, a B3, por meio de BDRs, certificados que representam ações emitidas por empresas em outros países, mas negociados aqui.

A oferta primária será de 289,15 milhões de ações ordinárias de classe A. O preço sugerido vai de US$ 10 a US$ 11. Considerando o preço médio, o Nubank levantaria US$ 3 bilhões, o equivalente a R$ 16,837 bilhões.

No entanto, a oferta ainda considera um lote adicional e outro suplementar. Se houver demanda, o total de ações do IPO será de 390,35 milhões, o que elevaria o valor da oferta para US$ 4,098 bilhões (quase R$ 23 bilhões).

A oferta é praticamente toda primária, ou seja, destinada ao caixa da empresa, incluindo o lote adicional. Os recursos serão utilizados para capital de giro, despesas operacionais e potenciais aquisições. Apenas o lote suplementar (15% da oferta primária), caso haja demanda, será destinado a uma oferta secundária, ou seja, recursos que vão para os acionistas.

NuSócios

O que o banco vai distribuir aos clientes é um recibo de ação. Cada recibo equivale a um sexto de uma ação ordinária. Se a ação custará US$ 10,50, esse BDR terá o valor de US$ 1,75. O desembolso total ficará entre R$ 180 milhões e R$ 225 milhões.

O valor unitário pode ser baixo, mas é a primeira vez que uma instituição brasileira faz algo do gênero. Além disso, há potencial de multiplicar o número de CPFs registrados hoje na B3. Essa oferta aos clientes começará a ser feita pelo aplicativo do Nubank, a partir do dia 9 de novembro.

Os dados do prospecto mostram que a instituição contava com 35,3 milhões de clientes ativos mensais em 30 de setembro – um aumento de 89% na comparação com igual período de 2020.

Só poderá receber BDRs clientes ativos, que não estiverem inadimplentes há mais de oito dias corridos ou terem realizado ou recebido pelo menos uma operação em qualquer produto do Nubank nos últimos 30 dias antes de aderir ao programa.

Além disso, o número de recibos que serão distribuídos é limitado – de 18,3 milhões e 22,9 milhões. Quando o limite for atingido, o Nubank deixará de fazer a oferta no aplicativo do banco.  A título de comparação, a B3 contava com 3,98 milhões de pessoas físicas cadastradas no mês passado.

Pelo cronograma da oferta brasileira, o período de reserva das ações para os investidores começa no dia 17 de novembro e vai até 7 de dezembro. A fixação do preço ocorre no dia seguinte e as negociações têm início em 9 de dezembro.

Ainda no prospecto, a instituição ressaltou quais são os riscos da oferta pública. O primeiro citado é o desafio de manter a marca como bem-conceituada e que uma falha nesse processo poderia prejudicar os negócios da companhia. Os riscos de vazamento de dados ou mudanças da regulamentação são outros fatores citados pelo Nubank.

A oferta global, destinada aos investidores internacionais, é feita pelo Morgan Stanley, Goldman Sachs e Citi. No Brasil, a oferta é liderada pela NuInvest junto com HSBC, UBS-BB e Safra.

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