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Nubank (NUBR33) dobra transações com cartões, mas inadimplência sobe e lucro estaciona

A inadimplência dos clientes do Nubank avançou para 4,1% no segundo trimestre, de 3% um ano antes

Foto: Divulgação

O Nubank, que divulgou resultados para o segundo trimestre na noite desta segunda-feira, viu o volume de compras feitas pelos clientes mais do que dobrar no período, mas também sofreu com o aumento da inadimplência e não conseguiu elevar o seu lucro líquido ajustado, que ficou praticamennte estável.

Nos meses de abril a junho, o lucro líquido ajustado da fintech somou US$ 17 milhões (ou R$ 84,6 milhões, pela taxa de câmbio usada como referência pela empresa em seu balanço, de R$ 4,98 por dólar), ligeiramente abaixo dos US$ 17,2 milhões registrados em igual intervalo do ano passado. O indicador ajustado desconsidera remunerações a funcionárias baseadas em ações e os efeitos fiscais disso.

O resultado ficou praticamente em linha com a expectativa dos analistas do Goldman Sachs, que projetavam lucro líquido ajustado de US$ 18 milhões, mas surpreendeu e muito os analistas do Santander, que esperavam ganho de R$ 7 milhões, e do Itaú BBA, que previam prejuízo de R$ 429 milhões.

Sem os ajustes relacionados a remunerações e aos efeitos fiscais, a companhia teria apresentado prejuízo de US$ 29,9 milhões, quase o dobro dos US$ 15,8 milhões anotados em igual período do ano passado.

No segundo trimestre, o Nubank passou a somar 65,3 milhões de clientes, 57% a mais que um ano antes. E o volume de compras feitas por eles mais do que dobrou, com avanço de 102%, para US$ 20 bilhões.

Já a receita da companhia mais do que triplicou, ao somar R$ 1,157 bilhão, avanço de 244% em relação ao nível de um ano antes.

A receita média da fintech por usuário quase dobrou, ao sair de US$ 4 para US$ 7,8, enquanto o custo médio por cliente ficou estacionado em US$ 0,80.

Os depósitos feitos pelos clientes, por sua vez, somaram US$ 13,3 bilhões no segundo trimestre, crescimento de 77% em comparação ao segundo trimestre do ano passado.

Por outro lado, a taxa de inadimplência do Nubank seguiu em alta e atingiu o nível de 4,1% no segundo trimestre. No trimestre anterior, era de 3,5%. Um ano atrás, estava em 3%.

Já as despesas com provisões para perdas com crédito ficaram estáveis como proporção da carteira de crédito, em 3% no segundo trimestre, o mesmo nível do primeiro trimestre deste ano e do segundo trimestre do ano passado.

O saldo de provisões teve um aumento de US$ 129 milhões neutro de efeitos cambiais e já considerando a mudança da metodologia da fintech, para US$ 968 milhões. Segundo a fintech, o crescimento da carteira de crédito foi responsável por cerca de 85% do aumento das provisões.

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A receita de juros e ganhos (ou perdas) sobre instrumentos financeiros foi de US$ 853,0 milhões no segundo trimestre, um aumento de 361% ante um ano antes, principalmente devido ao crescimento da receita de juros líquida da carteira de crédito ao consumidor, composta de crédito pessoal e cartões de crédito, disse o Nubank.

Esse aumento, afirma a companhia, também reflete a alta das taxas de juros no Brasil durante o segundo trimestre. A média do CDI foi de 12,4% ao ano no período, contra 3,2% ao ano no segundo trimestre do ano passado, juntamente com o aumento dos ativos financeiros, à medida que o Nubank continuou a expandir sua franquia de serviços no Brasil.

A receita com tarifas e comissões totalizou US$ 304,5 milhões no segundo trimestre, um aumento de 101% em comparação ao segundo trimestre do ano passado. A empresa atribui o aumento à alta das receitas com tarifas de intercâmbio, que refletiram o aumento do volume de compras com cartões de crédito e débito decorrente do crescimento da base de clientes do Nubank e das suas taxas de atividade.

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