Depois de alguns dias em baixa, o papel da Natura (NTCO3) esboça uma reação e figura entre as maiores altas do Ibovespa nesta quinta-feira (15). Por volta das 12h40, a ação subia 3,47%, a R$ 17,02, mas chegou a liderar as variações positivas mais cedo.
Nesta manhã, a XP divulgou um relatório afirmando que a ação da empresa de cosméticos está “muito barata para ser ignorada”. Na visão dos analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, a combinação dos negócios da Natura na América Latina com a Avon Internacional é benéfica para a companhia.
Os analistas reiteraram a recomendação de compra para o papel, com um preço-alvo de R$ 25. Levando em conta a cotação atual de R$ 16,70, eles veem uma valorização de 49,70% até o final de 2023.
“Acreditamos que o preço atual do papel incorpora um cenário conservador, negociando com um desconto em relação a seus pares globais”, avaliam.
De acordo com uma publicação recente do site Reset, o conselho de administração da Natura discute o futuro do modelo de negócio da empresa. Além de aumentar o foco na América Latina, a companhia estaria estudando a possibilidade de cisão da Aesop, marca de cosméticos australiana da companhia, e da The Body Shop.
Na terça-feira (13), quando foi divulgada a notícia, os papéis da empresa recuaram 6,49% no pregão.
Vale ressaltar que, na primeira metade do ano, a Natura registrou aumento de receita somente na América Latina e na Aesop, após descontar do resultado a variação cambial. Na Avon e na The Body Shop, o faturamento foi mais de 10% menor em relação ao mesmo período de 2021. As margens de lucro, no entanto, caíram em todas as divisões.
Em relação à isso, os analistas da XP consideram que existe a “possibilidade de a companhia focar apenas nos mercados principais da Avon Internacional, terceirizando suas operações para distribuidores em países não rentáveis”.
Uma possível venda da The Body Shop também é vista com bons olhos por Eiger, Senday e Suedt. Eles acreditam que isso reduziria a complexidade das operações da companhia como um todo. “Embora não vejamos compradores em potencial, acreditamos que fundos de private equity possam ser os mais prováveis”, acrescentam.